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A tal de CPMF. É possível que a oposição, sobretudo o PSDB, tenha caído na própria armadilha

Nem vou falar nada. Apenas reproduzo o que escreve o Editor Chefe do Jornal do Brasil, Tales Faria, no Blog dos Blogs. E digo que concordo com ele, “ipsis literis”. Só me faltou o talento – e quem sabe as informações privilegiadas – deste jornalista carioca. Confira:

 

 

 

“Oposição caiu na sua própria cilada

A oposição meteu-se numa enrascada. Especialmente o PSDB, que não tinha motivo algum para embarcar no radicalismo do DEM contra a CPMF. E por que os tucanos não tinham motivo, nem discurso para ebarcar nesse radicalismo? Primeiro, porque foi o PSDB quem criou o imposto; depois, porque ele interessa aos governadores do partido; e, por fim, conforme o próprio Lula já disse, porque o PSDB tem expectativa de voltar à Presidência, enquanto o DEM não tem.

Já o DEM raciocina que qualquer radicalismo vale. O partido nada tem a perder mesmo! Na pior das hipóteses, já conseguiu colocar o PSDB a seu reboque. Mas não é bem assim! Vale mais ou menos. Porque o Democratas está esquecendo o quanto é perigoso para um partido ficar sem discurso. E isso é uma lição que seus parlamentares já deviam ter aprendido.

Foi a falta de um discurso aceitável, ou o envelhecimento do seu discurso, que fez a Arena rachar, sem que nenhum de seus dois filhos quisessem manter o nome da família. Um se rebatizou PDS e o outro, PFL. Os pefelistas, por sua vez, tiveram seu neo-liberalismo atropelado pelo liberalismo moderno (meio social-democrata) do PSDB. E passaram à rabeira dos tucanos, que lhes tomaram quase todas as posições na política. No fundo do poço da falta de discurso, os pefelistas viram-se então obrigados até a mudar o nome do partido para este estranho “Democratas”. Ou seja, já deviam ter aprendido como é perigoso ficar sem discurso.

E é essa a armadilha, a cilada que a oposição – o PSDB e o DEM – está construindo para si mesma na história da CPMF. Os oposicionistas romperam todos os canais de negociação. Passaram a defender arduamente que o imposto não deve existir, que ele é injusto, etc e tal.

Faziam isso porque nem eles acreditavam que o imposto poderia acabar. Mas, diante da confusão em que conseguiram transformar o quadro de forças no Senado Federal – a partir do momento em que colocaram o ex-presidente da Casa Renan Calheiros contra a parede -acabaram vendo os seus tiros de festim tornarem-se balas de verdade, munição pesada, capaz de destruir de vez o imposto.

E aí? O que dirão? Como defenderão superávits primários e todas essas teses próprias do liberalismo? Como se oporão a que as alíquotas de outros impostos sejam aumentadas para manter o ajuste fiscal? E, pior, como farão para defender a volta do imposto se eventualmente o PSDB voltar ao poder?

Ficaram sem discurso para o futuro, a pior das armadilhas.”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira, aqui, se desejar, outras notas publicadas pelo Blog dos Blogs.

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