Coluna Observatório. Sim, não somos a ilha incorruptível
Aquilo que parecia tão distante, no noticiário, e que de certa maneira blindava o Rio Grande do Sul em geral e Santa Maria em particular, verdadeiras ilhas sem a malvada corrupção, acabou caindo no colo da comunidade da boca do monte. O escândalo envolvendo o Detran-RS e a Fatec, vinculada à Universidade Federal, trouxe à luz nomes conhecidos de todos. Ou pelo menos dos que convivem com a área educacional – não por acaso, a de maior significado na cidade.
Não há como evitar a sensação de constrangimento que se abate sobre boa parte de Santa Maria. Afinal, as pessoas acusadas de lesar o erário público em algo parecido com R$ 40 milhões têm histórica e indiscutível inserção na comunidade. Garantido o amplo direito a defesa (inclusive por parte da mídia – sim, talvez seja o caso de se fazer, até, um mea culpa, quando se lembra da forma como foram tratadas outras situações aliás bem recentes), o que se quer é o amplo esclarecimento dos fatos. Em benefício da própria sociedade.
O prejuízo econômico é mensurável. E o inquérito da Polícia Federal, escudado e apoiado pelo Judiciário, através da 3ª Vara da Justiça Federal em Santa Maria, trará os números a tona. E o ressarcimento, em alguma medida, poderá ocorrer.
O dano moral, porém, somente será sanado se a comunidade souber lidar bem com a situação. Sem condenações prévias, mas com a convicção de que tudo precisa ser apurado. Até para que casos similares ao que está sendo investigado não se repitam em momento algum.
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