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Google e a ditadura de opinião – por Giuseppe Riesgo

“Problema grave no Brasil: censura já existe, mesmo sem a aprovação do PL”

O Brasil, sem dúvida, vive momentos difíceis. Escrevi, semana passada, sobre o PL da censura, que corria risco de ser aprovado na câmara. No mesmo caminho, grandes empresas de tecnologia, como o Google, também manifestaram opiniões contrárias ao projeto. Outras, como a Globo, foram favoráveis. Nada mais normal em uma democracia. Há quem seja a favor e há quem seja contra. No entanto, o governo petista não pensa assim.

O Google, diferente da Globo, foi obrigado pelo Ministro Flávio Dino a veicular uma posição diferente ao PL 2630. Quem concorda com o governo pode falar o que quiser. Quem não concorda, é obrigado a publicar a posição oficial. A diferença de tratamento entre as empresas é absurda e marca a perseguição política por parte do governo. E assim se evidencia um problema grave no Brasil: a censura já existe, mesmo sem a aprovação do projeto. A medida feriu completamente a liberdade de expressão e a autonomia das empresas, e deixa claro que já há tentativas de controlar a informação no país.

A situação no Brasil, infelizmente, não é única. Passa a ser comparável e caminhar em direção a países como Rússia e China, onde a censura é uma realidade diária e afeta o direito à liberdade de expressão e informação. Pessoas são perseguidas e presas por expressar opiniões contrárias ao governo, e a imprensa é fortemente controlada.

Na Rússia, por exemplo, denunciar a guerra contra a Ucrânia resultou na prisão do vereador Alexei Gorinov. O motivo? Segundo o governo russo, ele estava espalhando “fake news”. Pouco tempo depois, o político de oposição Ilya Yashin foi condenado a 8 anos de prisão por ter cometido o mesmo “crime”. Qual garantia temos que não acontecerá o mesmo no Brasil?

A liberdade de expressão é um direito fundamental e deve ser protegida. O governo não tem o direito de controlar ou censurar a informação, seja por meio de empresas ou da imprensa. O fato é que o governo não é dono da verdade e não deve ter esse poder. Se mesmo sem a aprovação do projeto, que felizmente teve sua votação adiada, já ocorre esse controle, imagine se for aprovado? Em breve não serei mais autorizado a escrever textos contrários ao governo, de forma que até mesmo este espaço cedido pelo jornalista Claudemir Pereira será censurado e impedido de publicar opiniões contrárias à ditadura de opinião do governo petista.

(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Atualmente ocupa a Chefia de Gabinete do Deputado Federal Marcel van Hattem. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.

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9 Comentários

  1. Projeto aprovado? Negocio é sair do Google e ir para o DuckDuckGo. Começar a utilizar o TOR. Catar uma VPN para instalar. Bobo é quem não foi procurar alternativas ainda. Um plano B para suas redes de contatos. O Signal nunca experimentei, dizem que é bom. É ianque, mas antes os ianques do que os comunas.

  2. Projeto é naquela base. Vão esperar um tempo para acontecer desmobilização, comprar mais uns e votar de madrugada. De preferencia com outros projetos e não constando da ordem do dia. Ou vão tentar inserir jabutis em outras legislações. Alas, bota ‘poder emana do povo’ nisto.

  3. Claudemir com P., o alopécico, sem duvida permite publicações e comentarios. O que lembra um causo. Estado Novo. Alguém fala para Gêgê ‘Estão fazendo eleições para prefeito lá no Pará! Está proibido1’. No que o dito cujo responde rindo ‘Deixa eles, Deixa eles!’. Questão toda, aqui como lá, é o que não é publicado porque não é possível. Absurdos não são de hoje. Alas, um dos motes desenvolvimentistas da urb é ‘temos muitas faculdades!’. No que se traduz como ‘temos mão de obra farta, qualificada e barata!’. Repatriar gente formada aqui para empreender, gente com experiencia, nunca ouvi. Algum motivo há.

  4. O que lembra a antiga Pretoria, ‘Summum ius, summa iniuria’. Poder Judiciário atualmente tem muito mais a ver com ‘poder’ do que com ‘justiça’. ‘Vae Victis!’.

  5. Bloqueio do Telegram, outra coisa estranha. O STJ utiliza o sistema para informativo de jurisprudencia. E a questão toda é que os perpetradores de um ataque a uma escola poderiam estar ligados a grupos neonazistas. Coisa de ano antes. Há um zumzumzum lá fora que foi coisa do Molusco com L., o honesto, também. Há que se desconfiar não se sabe das afiliações politicas do magistrado. Da mesma forma que um HC Mandrake concedido por um juiz plantonista citando Dworkin (o que aponta diretamente para um certo ‘jurista’).

  6. Google et caterva não são santos. Mas os arigós tentaram utilizar o truquezinho do ‘inimigo externo’. Só faltaram chamar de ‘traidores’ os que são contra o tal projeto. Engraçado que o argumento ‘amanha pode ser utilizado contra voces também’ não resolve. Motivo simples: vermelhos não pretendem sair e o establishment está lá para ficar.

  7. Problemas são bem maiores. Operação da PF contra crimes que dão pena de cestsa básicas (nesta hora aparece um ‘especialista’ para dizer que não é). Canetaços em inqueritos que nunca terminam e que saltam instancias. Injuria, calunia e difamação para os comuns resulta em indenização. Mas se for contra os ‘bonitos’ até prisão dá. Preventiva, sem prazo. E a OAB? Ordem dos Advogados com Bolso?

  8. Rede Trouxa lembra outra coisa. Poder quando concedido muito dificilmente é recuperado. Rede quer recuperar parte do que tinha antes. Alas, Caso Proconsult, que muitos não lembram, dizem que foi coisa da Globo.

  9. Hummm…. A fabricação do consenso, Noam Chomsky, choro e ranger de dentes. Alas, uma frase de quase 1800 anos ‘Quis custodiet ipsos custodes?’ utilizada no ambito conjugal e que é aplicada na politica dos dias de hoje. ‘Quem fiscalizará os fiscalizadores?’.

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