Apagão no emprego (Santa Maria e Brasil) – por Carlos Costabeber
Uma empreiteira que trabalha na construção de uma plataforma da Petrobrás em Rio Grande está trazendo do Japão, 200 operários soldadores.
Que coisa incrível de acreditar !
É tamanha a falta de mão-de-obra qualificada no Brasil, que o país vive um verdadeiro APAGÃO. O forte crescimento da nossa economia está gerando uma quantidade de oportunidades de emprego como jamais visto.
Por outro lado, por uma absurda miopia governamental, muito pouco se investiu e se investe na formação profissionalizante.
Quase todo o nosso ensino de 2° grau é convencional, teórico; em detrimento da formação técnica, prática.
Agora o Brasil está pagando muito caro, pois não é de uma hora para outra que se consegue suprir uma carência dessa dimensão.
Li ontem, por exemplo, que só o segmento de telecomunicações tem um deficit de 15.000 profissionais.
E o mais impressionante está acontecendo com a construção civil. Pela primeira vez na história, os salários pagos pelas construtoras superam os da indústria como um todo. E a prova está nos canteiros de obras: os operários não vêm mais de ônibus; a maioria vem de carro próprio.
Outra: uma grande empresa de Santa Maria que atua na área de prestação de serviços em todo o Estado, está deixando de fechar contratos com órgãos públicos, por falta de mão-de-obra.
E essa situação se repete em todo o Brasil.
Mas por outro lado, “essa crise” de falta de pessoal, deve servir de alerta para as nossas empresas.
SÃO RARAS AQUELAS QUE TÊM UMA POLITICA MODERNA DE RECURSOS HUMANOS. Ainda convivemos com uma ALTA ROTATIVIDADE DE PESSOAL, ainda oferecemos SALÁRIOS BAIXOS, não investimos muito TREINAMENTO, não temos uma política de FIXAÇÃO DE EMPREGO.
Considero crítica a gestão de pessoas. E falo de cadeira, porque por 10 anos administrei todo o treinamento oferecido pela ABRADIF para toda a rede de distribuidores Ford desse país.
Poderia ter escrito um livro com todas as barbaridades que já encontrei no nosso meio. E isso que muitos colegas sempre vem com essa máxima: “O nosso maior patrimônio são as pessoas”. É só da boca pra fora !
Que sirva, pois, de lição essa carência de profissionais. Os empresários já começaram a se dar conta de que têm de ter outra atitude, outra visão, com relação aos seus recursos humanos.
Por isso, desde 1999, adotei uma nova filosofia (até por uma questão de sobrevivência): O CLIENTE EM SEGUNDO LUGAR !.
Por que: se eu cuidar bem dos meus funcionários, eles cuidarão muito bem dos meus clientes.
Por fim: algumas idéias já começaram a acontecer, e é bem possível que em breve possa dar a todos boas noticias nessa questão.
Prezado senhor!
Devo admitir que tens conhecimento teórico e prática sobre o que escreve no espaço de hoje. Possuo MBA em Gestão de Pessoas pela FGV/SP e encontro essa realidade paulatinamente. No entanto, como empresário que és, penso que concordas que boa parte dos presidentes, conselhos de administrações e gestores tem muita dificuldade em quebrar paradigmas do passado. Acredito que para ter um choque de gestão precisa de uma boa crise.
Att.
Felipe D` Onófrio
Que o CPERGS te ouça.