TRAGÉDIA. 19 de junho, o “dia D” da CPI da Kiss?
São menos de 60 horas, até que volte a se reunir, publicamente, a CPI da Kiss, na Câmara de Vereadores. Previstos dois depoimentos considerados importantes. Se não para esclarecer, no que poucos acreditam, ao menos para se saber (se ainda não se sabe) o que querem os integrantes, todos da bancada governista, da Comissão nascida para nada investigar – sim, isso já é de conhecimento geral.
Estarão sendo ouvidos o presidente da Câmara, Marcelo Bisogno, que ali estará por ter sido secretário de Controle e Mobilidade Urbana, e o líder da oposição, Werner Rempel, que deporá por ter sido, há sete anos (três anos antes do nascimento da Kiss), secretário interino de Finanças.
O que será perguntado a Bisogno é sabido. O que ele responderá, também. Afinal, tende a seguir na mesma linha dos outros gestores da área, que já depuseram. Um deles, Miguel Passini, duas vezes. O outro, Sérgio Medeiros, uma. Ficará na questão técnica – e assim permanecerá, mesmo se inquirido pela oposição.
Há, porém, expectativa em relação ao que poderá ser perguntado a Rempel – um decreto de 2006 que trata de alvarás. Mas, se ele não era gestor municipal, o máximo que poderá falar a respeito é que quem tinha de cumprir a norma era a gestão seguinte, em que a boate foi aberta. Dito isso, o que parece mais interessante é saber o que dirá, sem ser perguntado. E já há muita gente boa, no governo, temerosa. Por quê? Sabe-se lá…
Terminada a reunião de quarta, 19 de junho, haverá mais duas semanas de prazo para a conclusão do relatório. E até agora não se sabe por que a CPI da Kiss ainda não ouviu o prefeito Cezar Schirmer (que não precisa ser convidado, mas pode ser convocado, é o que permite a lei), nem os delegados que conduziram o inquérito, Marcelo Arigony e Sandro Meinerz. Esses, sim, teriam o que dizer. Mas quem gostaria de ouvi-los? Certamente não a CPI governista. Certamente.
EM TEMPO: ninguém duvida de outro fato. As galerias estarão tomadas de familiares das vítimas e sobreviventes da tragédia. E isso pode fazer toda a diferença. Talvez não ali. Mas no futuro. A conferir.
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