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UFSM. Um grande forrobodó instalado, com acusação de que a instituição estaria praticando ato antissemita

O documento, publicado pelo jornal, pede para listar professores e estudantes israelenses
O documento, publicado pelo jornal, pede para listar professores e estudantes israelenses

O caso assumiu proporções na quarta-feira, antes do feriadão letivo na Universidade Federal de Santa Maria. A denúncia surgiu na capital, de um professor da UFRGS. O alvo: a própria reitoria da UFSM. A investigação é cobrada diretamente ao Ministério Público Federal.

Do que se trata? Um bom resumo pode ser encontrado na reportagem publicada nesta quinta-feira no jornal A Razão. Mas há contrapontos. Como um, que o editor está sugerindo lá embaixo desta nota, com observações do professor Ronai Rocha, que se mostra muito preocupado, inclusive porque a imagem da principal instituição santa-mariense se coloca – e as entidades que, afinal, representam os segmentos que compõem a UFSM.

No texto, assinado por Fabrício Minussi (com foto de Divulgação), há o relato do que está ocorrendo e também a posição oficial do reitor Paulo Burmann. Vale acompanhar, a seguir:

 “Jornalista acusa pró-reitor da UFSM de racismo contra judeus

Uma queixa crime movida pelo renomado jornalista, filósofo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luis Milmann, contra a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), por suposta prática de racismo, agitou os bastidores da universidade nesta quarta-feira. Milmann acusa a instituição de promover perseguição e atitude racista, ao pretender “listar” os nomes de alunos e professores israelenses dos cursos de pós-graduação.

A determinação teria partido do pró-reitor de Pós-Graduação, José Fernando Schlosser, quando no dia 15 de maio fez circular um memorando solicitando a todos os chefes de programas de pós-graduação uma relação de alunos e professores israelenses que participam destes cursos, “para finalidade de boicote”, acusou o jornalista.

Milmann cita em sua manifestação que o memorando teria sido enviado para atender solicitações que teriam sido feitas pelo Diretório Central de Estudantes (DCE), Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm) e pelo Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino.

“Estão colocando estrelas amarelas no peito de israelenses em contato com a instituição, em conluio com organizações terroristas islâmicas”, disparou o jornalista. Ele invoca a Constituição Federal, que na Lei 7.716, de 1989, em seu artigo 20, dispõe: “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional… Constituindo-se em crime gravíssimo, imprescritível, inafiançável e insuscetível de graça”.

A queixa crime foi protocolada junto ao Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul, à Polícia Federal de Santa Maria, ao Reitor da Universidade Federal de Santa Maria, ao ministro da Educação, ao ministro das Relações Exteriores, e à presidente da República, para providências, além de comunicado para a Embaixada de Israel no Brasil, presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul e Movimento de Justiça e Direitos Humanos.

Burmann: documento é "inverídico e fraudulento" e os responsáveis serão identificados
Burmann: documento é “inverídico e fraudulento” e os responsáveis serão identificados

Reitor se manifestou

A administração da UFSM manifestou-se na noite de quarta-feira (3) sobre a notícia de crime contra o pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa. Em agosto de 2014, diz a nota, a universidade recebeu solicitação de informações da Assufsm, Sedufsm), DCE e dos demais integrantes do Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino. Uma delas tratava sobre “a presença ou perspectiva de discentes e/ou docentes israelenses nos programas de pós-graduação”           

A Reitoria, atendendo à Lei de Acesso à Informação (nº 12.527/2011), encaminhou, em maio de 2015, um memorando para suas unidades. A Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa, por sua vez, o remeteu aos cursos de pós-graduação para obter os subsídios necessários à resposta.

Ocorre que a intenção do memorando foi questionada e polemizada, ao circular pela internet e afixada em murais uma versão adulterada, contendo os dizeres “Freedom for Palestine – Boycott Israel” (Liberdade para a Palestina, boicote a Israel).

Diante do fato, o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, reitera que o documento é “inverídico e fraudulento” e que os responsáveis pela fraude e disseminação serão identificados. Complementa ainda que, encaminhando o documento original, a Instituição apenas cumpriu a Lei de Acesso à Informação.

Também ressalta que a UFSM jamais tomaria posição em relação a um conflito internacional histórico. “A Universidade não tem esta característica sectária e jamais terá. Somos uma instituição laica, onde a diversidade e o respeito às opiniões constituem a sua origem”, afirma. A administração central informa também que as medidas necessárias para esclarecimento do fato serão levadas à Polícia Federal para investigação. (Informações da UFSM)”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

LEIA TAMBÉM:

Os textos “Sobre uma suposta demanda por israelenses na Ufesm” (AQUI) e “Parágrafo único” (AQUI), do professor Ronai Rocha, em seu BLOGUE “Coisas do Campo”.

PARA LER OUTRAS REPORTAGENS DE ‘A RAZÃO’, CLIQUE AQUI

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8 Comentários

  1. Fritz Nunes, no documento que essas entidades protocolaram está claramente exposta a necessidade de que lhe seja passada o número do documento dos alunos e professores e também o que eles faziam ali. Claro que cada um pode fazer um pedido qualquer. Na minha humilde opinião isso não se constitui um ato de racismo e sim de TERRORISMO. Com o nome divulgado de cada aluno ou professor acarretará atos de violência a cada um desses indivíduos. Não sabemos a quem será repassado esses nomes. O que eles queriam fazer pela petição ficou claríssimo. Quem sabe ler pingo é letra.

  2. Prejudicou ainda mais a imagem do Brasil por causa destes inconsequentes. A imagem do brasileiro é de corrupto, incompetente, baderneiro e agora divulgam racismo. Demitam o reitor e pró reitor imediatamente e apurem o que um sindicato de professores e UNE tem de interesse em nome de judeus? Querem saber quem sao os judeus para qual finalidade?

  3. Gestão de fofoquinhas, deduragem, prosmiscuidade e outras tantas, mas que coisa…. que pena… , 4 longos anos perdidos, nada de avanço intelectual, porque não pede para sair Burmann.

  4. Eu não confio neste reitor,depois que assinou a carta de apoio à reeleição da Dilma, ato que, no meu entendimento não deveria ser assumido por um reitor eleito para comandar uma entidade tão importante como é a ufsm, no mínimo teria que ficar neutro, acho que ele está muito comprometido demais com o governo federal que notoriamente é contra o seu Israel, diante dos fatos ocorridos tudo indica que está acontecendo alguma iniciativa de sensura os meninos israelitas o que está co que considero um absurdo

  5. Escrevo aqui na condição de cidadão e jornalista. De toda essa celeuma, o que não consigo entender é o seguinte: as entidades não podem pedir informações sobre se existe algum convênio que envolva a UFSM e a empresa israelense Elbit?
    Na condição de cidadão, tenho o direito de saber sim, se existe convênio, quanto em termos de recursos envolvidos, quais as pessoas envolvidas…ou não? Ou a transparência não vale para esse caso?
    Se o documento encaminhado pela pró-reitoria gera interpretações dúbias, é uma outra discussão. Mas, basta ver qual o teor do documento encaminhado pelas entidades (perguntas feitas citando referências legais) e o documento encaminhado pela pró-reitoria, percebe-se que está faltando uma parte do questionamento das entidades, que o documento não propôs pinçar nomes de pessoas de origem israelense como algo que tenha caído do além.
    É preciso perceber também o contexto em que o documento foi encaminhado, em agosto do ano passado, quando estava no auge o ataque de Israel contra os palestinos, num verdadeiro massacre.
    E, portanto, sim, era muito pertinente saber se a UFSM estava (como noticiou a imprensa) vinculada a um projeto que poderia ter como fim o desenvolvimento de armas para Israel.
    Por que as informações não poderiam ser disponibilizadas? Sim ou não havia o convênio?
    Transformar isso em um gesto de racismo, me perdoem, é ofender a inteligência. Que cortina de fumaça existe por trás de todo essa polêmica artificializada e estimulada por alguns setores bem específicos dos meios de comunicação?

  6. Burmann pretende se escudar na Lei de Acesso à Informação para justificar o pedido. É uma tentativa de enrolar o público. Sim, a lei existe. Uma autoridade não é obrigada a fornecer informações se julgar o pedido improcedente, a menos que o solicitante obtenha na Justiça uma ordem para a divulgação dos dados. Considerando os prolegômenos da petição, duvido que algum juiz autorizasse tal coisa. E, se o fizesse, seria o caso de apelar ao Conselho Nacional de Justiça.

  7. Um assunto que para a grande maioria seria corriqueiro e sem maior importância vira um forrobodó. Foi tratado de forma burocrática, acharam que daria em nada, deu no que deu.
    A lei de acesso à informação afirma:"O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado." Logo não se trata de orçamento simplesmente. E, se houvesse projetos de defesa, o acesso à informação provavelmente seria mais complicado.
    O memorando é resposta ao requerimento dos sindicatos. Diversos "considerandos" sobre política externa (pelo que lembro), omitindo que as relações exteriores seguem orientação do Presidente da República sob fiscalização do Congresso. Após pedirem informações sobre as empresas e acordos, pedem informações sobre pessoas. Aí foi além da conta. Embora o contexto seja equipamentos de defesa, o memorando foi para todos os programas de pós-graduação (como solicitado, se lembro bem). Se houvessem pesquisadores israelenses na veterinária, agronomia, comunicação social ou direito, o que eles teriam a ver com o assunto? Israel tem pesquisas sobre utilização de água salgada para irrigação. IBM tem centro de pesquisas por lá. Intel idem. A UFSM deixaria de assinar acordo com universidades israelenses para um boicote em que ela seria a maior prejudicada? Brasil ainda é uma república e uma democracia, quem decide isto?
    Palestinos têm direito a um Estado. Antes que os rótulos comecem a aparecer.
    Judeus devem lembrar que em 1933 Hitler decretou boicote aos negócios judeus. Também cassou as licenças dos advogados judeus e demitiu os servidores públicos de origem judaica. Comissões da verdade gostam do lema: "lembrar para não repetir".
    Uma coisa é apoio, importar conflito é outra. Não existe xenofobia "do bem".

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