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Novo comando. Ivar Pavan, agricultor de Aratiba,é o 72º (e primeiro petista) presidente da AL

É verdade que, faz dois anos, o santa-mariense Fabiano Pereira, também petista, comandou a Assembléia Legislativa. Mas foi por apenas um mês, quando era o vice-presidente na gestão comandada por Luiz Fernando Zachia, do PMDB, que se licenciou para assumir uma secretaria de Estado. Assim, é mesmo Ivar Pavan (foto), um agricultor nascido há quase 60 anos em Aratiba, no norte do Estado, o primeiro petista a assumir a presidência do parlamento gaúcho.

 

A partir de um acordo entre os partidos com bancada na Assembléia, Pavan será o presidente a partir deste sábado e suas opiniões e idéias acerca da gestão você pode encontrar na reportagem distribuída pela Agência de Notícias do Legislativo, em texto assinado por Vanessa Canciam. A seguir:

 

“Ivar Pavan, o primeiro petista a comandar o Parlamento gaúcho

A gestão do septuagésimo-segundo presidente da Assembleia Legislativa ficará registrada na história da Casa mesmo antes da posse: esta será a primeira vez que o Partido dos Trabalhadores – com representação no Parlamento desde 1987 – estará no comando do Legislativo gaúcho durante um ano todo. Aos 57 anos, em seu quarto mandato como parlamentar, assumirá o cargo o deputado estadual Ivar Pavan. Nascido em Aratiba, norte do Rio Grande do Sul, ele trará consigo a experiência do agricultor familiar que entrou na vida pública por meio dos movimentos sociais e dos sindicatos de trabalhadores. Nessa entrevista, o parlamentar fala um pouco sobre sua trajetória política e sinaliza como será a administração do Legislativo gaúcho em 2009.

Agência de Notícias – O senhor poderia nos falar sobre sua atividade profissional antes da política?
Ivar Pavan –
De profissão, sou um agricultor familiar até hoje. Continuo com minha pequena propriedade, que permanece produzindo em parceria com os meus irmãos, como é típico da agricultura familiar. Eu comecei minha vida pública militando nos movimentos pastorais da Igreja Católica. A partir de então, eu me tornei delegado de base do Sindicato dos Agricultores Familiares da minha cidade. Na década de 1980, assumi a direção do Sindicato, período em que havia no Brasil uma grande mobilização social pelo fim da ditadura, pelas conquistas democráticas, por avanços nas conquistas de direitos.

Agência de Notícias – Quais eram as lutas do senhor dentro do movimento social?
Ivar Pavan –
Eram muitas. Para termos uma noção, os agricultores homens se aposentavam com meio salário mínimo; as mulheres não tinham direito de se aposentar. Também ajudei a fundar o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Coordenei esse movimento nos estados do Sul por um bom período. Foi nessa época que, pela primeira vez no Brasil, o setor elétrico assumiu o compromisso de incluir as questões social e ambiental no projeto da construção de uma grande hidrelétrica. Antes, só se pensava no tamanho da obra e quantos quilowatts iria gerar. Tenho orgulho de ter sido uma das lideranças do movimento social que construiu esse acordo, parágrafo por parágrafo, junto com o setor elétrico brasileiro. Hoje isso é uma regra para o país: o setor elétrico não constrói mais obras sem assumir a responsabilidade de dar tratamento às questões social e ambiental, sem analisar os impactos que uma obra pode produzir.

Agência de Notícias – Como ocorreu a sua entrada na vida política?
Ivar Pavan –
Em 1988, eu entrei na política partidária. Fui candidato a prefeito na minha cidade natal, Aratiba, ocasião em que perdemos a eleição por uma diferença muito pequena: 31 votos apenas. Mas o símbolo daquela disputa – exatamente na época em que se discutia a implantação de uma hidrelétrica no local, que vem a ser hoje a Barragem de Itá – teve grande repercussão na região. A nossa luta era para garantir os direitos dos cidadãos que moravam nas áreas que seriam alagadas naquele município. Catorze comunidades acabaram sendo alagadas. Porém, conseguimos garantir os direitos deles: essa é a nossa grande conquista. O instrumento que os adversários usaram como forma de disputar a eleição era a de dizer que se o PT ganhasse, a obra não sairia. Nada de novo, nós já estamos acostumados a ouvir que muita coisa é culpa do PT. Isso faz parte do mundo da política, a forma de fazer a disputa.

Mesmo tendo perdido a eleição em Aratiba, a mobilização em torno da questão da hidrelétrica repercutiu muito em nível regional, até mais do que a conquista de duas prefeituras na região. Isto fez o partido entender que, pela importância das lutas, eu poderia ser o candidato do PT a deputado estadual em 1990…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra desta e de outras reportagens produzidas e distribuídas pela Agência de Notícias da Assembléia Legislativa.

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