Arquivo

Observatório. Confira aqui a versão original da coluna publicada neste sábado, 11 de outubro

SÓ PARA CONSTAR: a primeira das notas a seguir acabou sendo exclusiva deste sítio. As razões por que Farret não será secretário (na opinião do colunista) acabaram não sendo publicadas no jornal, por um equívoco – inclusive do jornalista, que revisou a página e não notou. Assim, só você, que lê este sítio, poderá conferir. Acompanhe:

 

 

 

SAIBA POR QUE FARRET NÃO SERÁ SECRETÁRIO!

 

 

APOSTE: José Farret não será secretário de Saúde. Mas assumirá a pasta alguém escolhido por ele. Que vantagem teria Farret em dar seu próprio nome, se já é o vice-prefeito? Nenhuma. É a lógica da decisão que tomará.

 

 

 

 “BANCADA DA BOLA FOI PARA A SEGUNDONA”

 

 

A chamada “bancada da bola”, que teve um punhado de candidatos à vereança, acabou indo para a segunda divisão. Com uma única exceção: Admar Pozzobom. O tucano garantiu vaga com o 13ª lugar geral e o 1ª na sua coligação, com 2.984 votos.

 

Todos os outros foram “rebaixados”. Confira, abaixo, a relação, com o número de votos a colocação geral entre os 112 concorrentes (entre parênteses):

 

Tenente Ruy – PDT – 1.271 votos – (38º); Jaime Hommrich – PMDB – 997 votos  (49º); Marineu Ziani – DEM – 557 votos (69º); Dida – PSDB – 656 votos – (61º); Índio – PT – 635 votos (63º); Chicota – PT – 571 votos (67º); Hélio Oliveira – PPS – 290 votos (90º); Celso Carvalho – PSB – 279 votos (93º); Alberto Olivier – PSB – 197 votos (100º).

 

 

 

“DESCUBRA QUEM É O POLÍTICO ZIGUEZAGUE”

 

 

Que ocupação terá, no próximo governo, o militante do PDT Marcelo Bisogno? Ele tem dito que seu desejo é ser candidato a deputado estadual. Mas, o que fará até lá, no âmbito da administração, é algo que só Cezar Schirmer pode responder.

 

O que atrapalha um pouco (ou muito) Bisogno e faz com que seus novos companheiros o tenham em elevada conta, mas com reservas, é o comportamento, digamos, ziguezagueante. Nos últimos 10 anos, mesmo que alguém consiga enxergar alguma coerência nisso, o ex-vereador fez um percurso, no mínimo, inusitado: foi do PDT ao PT, retornou ao pedetismo, declarou pavor ao PT, aderiu ao governo petista, saiu dele para apoiar a Frente Popular, mudou de idéia no meio do caminho ao ver sua vontade confrontada internamente, declarou apoio a Schirmer e trabalhou bastante por ele.

 

O último ato o credencia, mas seria conveniente, quem sabe, que fizesse uma reflexão. Ninguém gosta de tanta sinuosidade na trajetória. O fato é que, a par disso, sua enorme capacidade de trabalho é reconhecida. O que pode ser um bom começo.

 

 

 

“QUEM É AQUELE QUE É VOCÊ, ONTEM?”

 

 

Lembra do desempenho de Isaías Romero em 2004? Á época no PDT, não constava em lista alguma de favoritos do próprio partido. Contra tudo e todos, fruto do seu trabalho formiguinha, acabou se eletendo, na maior surpresa daquele pleito.

 

Passados quatro anos, quem cumpriu idêntico percurso, completamente retirado da condição de minimamento capaz de se reeleger, por seus próprios companheiros, quem surpreendeu, meeeeesmo, foi Jorge Trindade. Desbancou gente muito mais cotada e será vereador titular, ao contrário desta Legislatura em que só assumiu após a saída de Misiara Oliveira.

 

 

 

“BOM NOME, MAS INDEPENDENTE DEMAIS”

 

 

A seção Luneta

 

Renor Beltrami até pode virar secretário de Saúde. Mas, mesmo no PP, do qual é graduado militante, há quem o ache “independente” demais.

 

Os mais de 1.700 votos obtidos credenciaram Cezar Ghem (e já movimentaram um lobbye – legítimo, diga-se) a aspirar participação no futuro governo. Onde? Quem sabe é o prefeito eleito, o xará Schirmer.

 

No andar de cima, preocupação com quem será secretário, a que partido pertence e quem vai trabalhar com ele. Ou ela.

 

Na sobreloja, já há quem tenha decidido o nome do futuro presidente da Câmara e, claro, se colocando como um dos ocupantes dos cargos de confiança do Legislativo.

 

No térreo, tudo é motivo de preocupação. Afinal, mudam as chefias. Tanto no parlamento quanto no Executivo.

 

Tão certo quanto você está lendo esta coluna será a engorda do PMDB com neofiliados. Isso já aconteceu antes com o PTB de Osvaldo Nascimento e o PT de Valdeci Oliveira.

 

Tanto antes quanto agora, como se sabe, toda essa adesão se deve a elevados espíritos de cidadania que andavam latentes. Ou do lado errado.

 

A maldição dos presidentes da Câmara segue firme. E é bom que o próximo ocupante do cargo dê um jeito de se benzer, dado o alcance que começa a se tornar infinito dessa praga.

 

A prova? Toooodos os presidentes do Legislativo dos últimos seis anos não obtiveram a reeleição no pleito seguinte.

 

O primeiro atingido foi Paulo Denardin, presidente em 2003 e não reeleito cruelmente no ano seguinte, só retornando agora, após purgar uma legislatura inteira.

 

Carlos Alberto Buzzatti, presidente há quatro anos, também não se reelegeu em 2004, suscitando a tese da maldição aos dirigentes do último período.

 

Pois, agora, simplesmente os quatro presidentes da Legislatura viraram suplentes ou nem isso. Não voltam em 2009, pela ordem de ocupação do cargo, Júlio Brenner (que não concorreu), Isaías Romero, Anita Costa Beber e Vilmar Galvão. Que coisa!

 

Um agradecimento especial ao colega Gilson Piber, responsável por várias dicas que se transformaram em notas desta coluna.

 

Você também pode encontrar este colunista diariamente às 7h45, e ao meio dia, na rádio Antena 1; e a qualquer momento no site www.claudemirpereira.com.br.

 

 

 

“NA FRUSTRAR NINGUÉM, SUPERDESAFIO À ESPERA DA DUPLA SCHIRMER E FARRET”

 

 

Schirmer e Farret não

contam, mas já tratam

do primeiro escalão

 

O prefeito eleito Cezar Schirmer, em mais de uma ocasião, após a supervitória no pleito de domingo passado, declarou: “vamos governar com os servidores municipais”. E adendou: reduziremos os CCs (Cargos de Confiança) e ampliaremos as FGs (Funções Gratificadas). Traduzindo: menos gente de fora, mais funcionários do quadro permanente da Prefeitura serão utilizados no preenchimento dos cerca de 300 cargos de chefia da administração municipal.

 

Qualquer cidadão, ouvindo ou lendo acerca desse propósito, saúda como uma boa medida. Para implementá-la, porém, o prefeito eleito, que trabalha em dobradinha com o vice, José Farret, terá que ter uma grande força para suplantar as inevitáveis pressões que surgirão dos seus partidos, PMDB e PP, e também dos aliados, PSDB, DEM e PPS. Todos, no discurso, fecharão com as lideranças. Mas, na prática, é tão certo quanto você está lendo este texto quanto que a movimentação para a ocupação dos cargos já começou.

 

Farret e Schirmer têm a legitimidade e a chancela das urnas, que lhes deram consagradora votação e acreditam firmemente nisso. Portanto, ao menos esta coluna torce para que tenham a capacidade (e eles têm) de superar essa dificuldade. Que, ninguém se engane, existe.

 

Por outro lado, e até mesmo antes dessas três centenas de funções a ser distribuídas, há o secretariado a ser formado. Também aqui há ambições a administrar, partidos a contentar e a necessidade de compatibilizar confiança política com a devida competência. É esse o superdesafio, ao lado da necessidade de não frustrar nenhuma das forças que contribuíram para o resultado da eleição.

 

MERA COINCIDÊNCIA talvez seja o caso de relembrar uma historinha atribuída a Tancredo Neves, quando este se preparava para assumir o governo de Minas Gerais e definia seu secretariado. Alguém, muito interessado na pasta da Agricultura, plantou seu nome em sucessivas notas na imprensa. Depois, chegou ao governador dizendo: “Dr Tancredo, não sei mais o que fazer com o assédio da mídia. Todos querem saber se vou mesmo ser secretário”. Ao que, o matreiro político mineiro respondeu: “Fulano, faz o seguinte – diz que te convidei. E você não aceitou”.  Atenção: qualquer semelhança com fatos atuais não é, necessariamente, mera coincidência.

 

 

 

“ELEITORADO DÁ UM PONTAPÉ NA DEMAGOGIA. E, POR TABELA, NA GRITARIA”

 

 

Tirante os atuais vereadores que se reelegeram, e aqueles que são ou foram suplentes, e ainda os que retornam depois de quatro anos ausentes, é possível afirmar que, novidade, novidade, são apenas cinco na próxima Legislatura. São elas a petista Helen Cabral, a peemedebista Maria de Lourdes Castro, o progressista Marion Mortari, o tucano Admar Pozzobom, e o pastor do PR, Jorge Xavier.

 

É impossível afirmar como será a próxima Legislatura, inclusive se será melhor que a atual. Se bem que é muuuuito difícil que não seja. Mas há algo que pode ser dito, e disso esta coluna se orgulha bastante: rigorosamente nenhum dos que fizeram promessas incumpríveis e, portanto, demagógicas, todas listadas aqui nas semanas anteriores ao pleito, obtiveram votos suficientes para se eleger. E, de quebra, o eleitor mandou para casa, ou no máximo para uma suplência (podem até virar titular, mas serão sempre suplentes) os gritões da política local. Cá entre nós, até evidências em contrários (talvez seja prudente esperar), um avanço e tanto.

 

A lamentar, e isso fazem todos os que observam atentamente o parlamento, apenas a não reeleição de Vilmar Galvão. Ele fará falta, dizem até seus adversários.

 

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo