SAÚDE. Secretário diz: gestão do Regional decidida em março. E Valdeci reclama da falta de informações

Por TIAGO MACHADO, da assessoria de imprensa do deputado Valdeci Oliveira (*)

Diante de quatro deputados estaduais e de uma comitiva de prefeitos da Região Central do Estado, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, garantiu que a gestão do Hospital Regional de Santa Maria será definida antes da conclusão da obra do complexo, prevista para o final de março. Em reunião realizada nesta terça (23), na sede da Secretaria Estadual da Saúde, em Porto Alegre, o secretário foi cobrado a definir um prazo final para a novela que se transformou a decisão. Desde janeiro de 2015, o tema está em discussão pelo Executivo estadual.

Primeiro a falar, o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) agradeceu a disponibilidade de Gabbardo em atender o pedido de audiência, mas disse que a falta de encaminhamentos sobre o tema era constrangedora. “A comunidade não recebe informações sobre o Regional, e as autoridades também não têm o que dizer, porque sequer se sabe a instituição responsável pela administração. É uma situação que constrange a todos, pois o momento da saúde na região é muito complicado. Com o Regional, não haveria superlotação no Hospital Universitário (HUSM)”, desabafou o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia.

Os deputados também reforçaram o apoio à gestão do Regional pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). “Há muito tempo defendo isso e já me manifestei diversas vezes a respeito”, acrescentou o deputado Jorge Pozzobom (PSDB).

A mesma opinião foi manifestada pelo deputado Bombeiro Bianchini (PPL). “Inclusive, na reunião da última quarta (17), em Santa Maria, que contou com a representação de diversas cidades e instituições, não se viu ninguém contra a Ebserh”, reforçou.

Já a deputado Liziane Bayer (PSB) pediu que as informações a respeito dos trâmites do Hospital Regional fossem ampliadas. “Muitas vezes o trabalho acontece, as coisas evoluem, mas a comunidade não fica sabendo”, apontou ela.

O prefeito de Jari, Pedrolivio Prado (PMDB) também criticou a demora na definição sobre a administração do Regional. Ele questionou a influência de questões políticas no assunto. A diretora da Assessoria Técnica e de Planejamento da Secretaria Estadual da Saúde, Aglaé Silva, rechaçou.  “O olhar sobre o tema é exclusivamente técnico. Tínhamos de ouvir todas as propostas apresentadas por diferentes hospitais”, explicou.

O secretário estadual da Saúde afirmou que tem posição pessoal favorável à gestão pela Ebserh, mas que é preciso resolver a questão dos equipamentos e dos servidores do Regional. “Precisamos que a Ebserh garanta efetivamente a contratação dos funcionários. Também vamos precisar do apoio dos deputados para viabilizar recursos para o custeio junto aos órgãos federais”, assinalou.

Gabbardo também anunciou que, nesta quarta (24), a diretora Aglaé Silva, terá uma reunião com a equipe técnica da Ebserh para encaminhar essas questões. Na quinta (25), será a vez do próprio secretário se reunir com o presidente da instituição. “Estou confiante em um acerto. É preciso readequar o termo de cooperação assinado no governo anterior”, afirmou.

Ao final do encontro, o deputado Valdeci afirmou que a Comissão de Saúde da Assembleia vai acompanhar de perto o desfecho dessas reuniões e negociações. “Esperava algo mais concreto sobre o tema, pois a angústia de Santa Maria e região é muito grande. Mas vamos ver se as questões colocadas evoluem. Vamos acreditar no otimismo do secretário Gabbardo”, acrescentou.

Todos os deputados se colocaram à disposição do Estado para ajudar na busca de recursos para o Regional.

São Pedro – Além do Hospital Regional, a reunião também tratou da situação do Hospital do município de São Pedro, que pode ser fechado em razão de dificuldades financeiras. O prefeito da cidade, Marcos Senger, afirmou que o hospital tem 75 servidores concursados e 40 terceirizados, mas atende em média 13 pacientes por dia. “Muito difícil manter o hospital a partir do fim dos incentivos do governo do Estado. É possível que os atendimentos sejam suspensos no final deste primeiro semestre”, disse.

O secretário afirmou que não há possibilidade de concessão de incentivos, em razão de apontamentos do Tribunal de Contas do Estado. Também disse que o hospital tem de resolver os problemas existentes nos alvarás. “Sem isso, fica muito complicado pensar em melhorias”, afirmou.

O prefeito de São Pedro e dos municípios vizinhos defenderam que o Hospital se torne uma retaguarda para os atendimentos prestados pelo Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). “Isso é possível, mas é primordial que se resolva a questão dos alvarás”, afirmou Gabbardo.

O prefeito Pedrolivio repetiu: “Sem ações, o hospital vai fechar em julho”.

Além dos quatro deputados estaduais e dos prefeitos Marcos Senger e Pedrolivio, participaram da reunião na Secretaria de Saúde os prefeitos de Dilermando de Aguiar e Quevedos, Jaime Lima (PT) e Aldori Vieira (PP), respectivamente, além de outros diretores e assessores da Secretaria Estadual de Saúde.

(*) Esse material é a versão da assessoria do deputado Valdeci Oliveira, para o encontro havido esta manhã, na capital. Agora há pouco, abaixo, você teve  material semelhante, produzido pela assessoria do deputado Jorge Pozzobom. Mais tarde, o sítio tornará ao assunto, com detalhes da reunião.