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FUTEBOL. De olho em retornar à primeira divisão após 13 anos ausente, inicia a luta do Inter-SM na Série A2

"Há a necessidade desse clube voltar à elite do futebol gaúcho”, diz o treinador

Está chegando a hora da torcida acompanhar o Alvirrubro no Estádio Presidente Vargas, em 2024 (Foto Renata Medina/Inter-SM)

Por Pedro Pereira

Neste fim de semana, começa a luta do Inter de Santa Maria em mais um Campeonato Gaúcho Série A2, visando ascender à primeira divisão. Ao todo, 13 temporadas separam o Alvirrubro dos dias de hoje daquele que atuou na elite estadual pela última vez. A estreia é neste domingo (8), 15h, diante do tradicional Pelotas, no Estádio Boca do Lobo.

Desde o fim de outubro de 2023, Daniel Franco é treinador do clube vermelho e branco do Coração do Rio Grande. Para entender como os santa-marienses vêm se preparando para mais uma Divisão de Acesso, o Site conversou com o técnico, com o ídolo do time e atual gerente de futebol Francisco Resende, o Chiquinho, e com o centroavante Michel que, neste ano, já foi vice-artilheiro do Gauchão pelo Guarany, de Bagé.

Bicampeão da Série A2, Daniel Franco é o responsável pela casamata alvirrubra nesta temporada (Foto Renata Medina/Inter-SM)

Chegada do “Senhor Acesso”

Na apresentação oficial do novo responsável pela casamata do Inter-SM, o presidente Pedro Della Pasqua afirmou que Daniel Franco sempre havia sido a opção inicial da equipe para assumir o cargo deixado por Márcio Nunes. Como comandante, ele foi bicampeão da Série A2 com o União Frederiquense e com o Santa Cruz, em 2021 e em 2023, respectivamente.

Atuando como jogador, mais especificamente na lateral-esquerda, o treinador teve passagens pelo Internacional, de Porto Alegre, e pelo Corinthians, vencendo um Estadual e uma edição de Copa do Brasil com cada clube. Na visão do técnico, o que lhe concedeu a oportunidade de estar à frente do time do Estádio Presidente Vargas em 2024 foram as glórias recentes.

“Todo esse meu histórico de conquista ao longo dos anos me deu o crédito para ser o escolhido pela direção a comandar a equipe neste ano importante. Isso me deixa muito orgulhoso” declarou Franco, que tem como auxiliar Marcello Cupini. Diferentemente, entretanto, o Alvirrubro não sobe para a primeira divisão desde 2007, quando atingiu o acesso pela última vez.

Desta forma, para o treinador, a pressão por resultados vindo dos apoiadores é normal. Esta questão, inclusive, é o que o fez assumir o compromisso com os santa-marienses. “Um dos motivos que me fez aceitar o convite foi justamente o tamanho da torcida do Inter de Santa Maria. Há a necessidade desse clube voltar à elite do futebol gaúcho”.

Agremiações tradicionais no Rio Grande do Sul como Pelotas, Bagé e Aimoré, ao lado de times-empresa, comuns no universo da modalidade nos dias de hoje, como Futebol Com Vida e Monsoon, foram alocadas no mesmo grupo do Alvirrubro. Segundo o comandante, o torneio apenas evolui o nível com o passar do tempo: “o grau de dificuldade só vem aumentando. Os clubes têm se montado com mais qualidade, os técnicos estão mais preparados e as equipes estão mais estruturadas. Essas são as maiores dificuldades que a gente vai encontrar na competição”.

Tempo ao tempo

Ex-atleta e ídolo, Chiquinho é o atual gerente de futebol do clube (Foto Renata Medina/Inter-SM)

Na temporada passada, a primeira de Pedro Della Pasqua na presidência do Inter-SM, criou-se muita expectativa nos arredores da Baixada Melancólica em função do ar de renovação da equipe, por ser um novo projeto definido pela ambição. Porém, após conseguir apenas 4 vitórias, 6 empates e 4 derrotas, como também sofrer uma punição de 3 pontos por conta da escalação irregular de um jogador, os santa-marienses sequer avançaram ao mata-mata do campeonato.

Chiquinho – que escreveu em 2023 seu último capítulo como jogador – confessa que, após a eliminação no Estadual, muitas ideias são apontadas para explicar o resultado. “Elenco, contratações, desenvoltura, treinabilidade, compromisso, identidade, responsabilidade, tomada de decisão, tudo é colocado dentro de uma caixa. São vários fatores que nos fazem não alcançar o objetivo, assim como são vários fatores que nos fazem alcançar o objetivo”, comentou.

De acordo com o gerente de futebol do Inter-SM, o fato de a temporada passada ter sido a primeira do mandato de Della Pasqua, ainda que o trabalho desenvolvido tenha sido bom, torna natural a dificuldade em chegar ao grande sonho logo de cara: “planejamento precisa ter continuidade. O objetivo é o acesso, mas tu tem que estar preparado, dentro de uma estrutura, para permanecer no Gauchão. Eu não sei se o clube estaria preparado para permanecer na elite neste ano se tivesse subido no ano passado”.

Para 2024, então, o seguimento das ideias: “a gente está tentando respeitar os processos para que possamos minimizar os erros que cometemos no ano passado e eles não se repitam nesta temporada. Eu acho que toda a comunidade tem visto essa movimentação e esse crescimento do clube. Esperamos verdadeiramente que o futebol acompanhe tudo aquilo que está sendo feito no lado de fora do gramado”, relatou o dirigente.

Michel ficou a um gol de ser um dos artilheiros do Gauchão 2024 (Foto Renata Medina/Inter-SM)

Da fronteira para o Coração

“Coeso, que sabe da sua responsabilidade e de tudo aquilo que tem que fazer dentro de campo, com humildade, trabalho, seriedade e competitividade” é a definição do plantel do Inter-SM na voz do treinador. Para ele e para Chiquinho, o elenco montado para a Divisão de Acesso até aqui é qualificado, principalmente em função do longo período que tiveram para trabalhar em cima disso.

Peça-chave da time, Michel Henrique, mais conhecido pelo primeiro nome, vestiu a camisa 9 do Alvirrubro em 2023 e, neste ano, defendeu o Guarany, de Bagé, no Campeonato Gaúcho Série A, antes de retornar ao Coração do Rio Grande. Com o clube da fronteira, chegou às quartas de final do Estadual e marcou 5 gols, finalizando o certame como vice-goleador ao lado do atacante Gilberto, do Juventude.

O centroavante do esquadrão de Santa Maria ficou a somente 1 tento de igualar a Cristaldo e Diego Costa, ambos do Grêmio, na artilharia. Entretanto, embora a história construída com os bageenses tenha sido admirável, o foco agora é outro: “o que foi feito no Guarany serviu para o Guarany. Agora, no Inter, é outra história, outro campeonato que, inclusive, é muito difícil. Nós precisaremos colocar o coração na ponta da chuteira para alcançar o objetivo principal”, disse o jogador.

Em função do resultado na elite, diferentes propostas chegaram à mesa de Michel para que deixasse o elenco santa-mariense. Porém, o projeto que vem sendo feito pelo clube da cidade é “muito bom”, nas palavras do atleta. O ponteiro Wilson Júnior, outro pilar do trabalho do Alvirrubro, também vestiu as cores da equipe de Bagé no Gauchão e, desde a temporada passada, forma uma dupla com o camisa 9.

O segredo para que a atuação dos dois quando estão nos gramados tenha tanto destaque vai do estilo de jogo do colega, para o vice-artilheiro da primeira divisão estadual. “O Wilson é um atacante de lado que ajuda muito no último terço do campo com a velocidade e o drible. Ele consegue me dar muitas assistências. Me ajuda bastante”, relatou o centroavante.

Inter-SM na Divisão de Acesso

No grupo A, o Inter-SM enfrenta na primeira fase, em turno e returno, os seguintes adversários: Aimoré (São Leopoldo), Bagé, Futebol Com Vida (Viamão), Lajeadense, Monsoon (Porto Alegre), Pelotas e São Gabriel. As três rodadas iniciais já foram detalhadas pela Federação Gaúcha de Futebol, entidade que promove o torneio. Confira abaixo, com os mandantes à esquerda.

1ª rodada – Pelotas X Inter-SM – 14/04 (domingo), às 15h – Estádio Boca do Lobo, em Pelotas/RS

2ª rodada – Inter-SM X Bagé – 21/04 (domingo), às 16h – Estádio Presidente Vargas, em Santa Maria/RS

3ª rodada – Aimoré X Inter-SM – 25/04 (quinta-feira), às 19h – Estádio Cristo Rei, em São Leopoldo/RS

Com todo o trabalho realizado desde antes de Daniel Franco ser anunciado como técnico, Chiquinho acredita no apoio da torcida, dos atletas e da comunidade para que, em 2024, o Alvirrubro retorne à elite do Rio Grande do Sul. “A gente está tentando alinhar esses pensamentos para que consigamos caminhar juntos, lado a lado, com o objetivo de que no dia 3 de agosto (grande final da Série A2) possamos comemorar o nosso êxito”.

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