ATENÇÃO. Ameaça à liberdade de imprensa não é privilégio de grandões. Bagrinhos também sofrem
Há duas terças-feiras, mais exatamente no dia 27 de janeiro, pontualmente às 21:53, este repórter atendeu um telefonema. No outro lado da linha, um cidadão, pessoa pública, citado na edição do sábado anterior, 24, da coluna Observatório. Embrabecido, pediu que o largasse de mão, que o que se escrevera era mentira, e mais uma série de outras coisas. A principal: toma cuidado, que vou te achar!. Indignado, deixei-o falar até cansar. E desliguei o telefone. Foram 10 minutos.
No último sábado, dia 31, pontualmente às 11:09, novo telefonema, da mesma pessoa. Perguntou, entre outras coisas, por que não havia escrito na coluna Observatório o que ele dissera no contato anterior. Ao que respondi: mas você não queria que te esquecesse?. Ele respondeu: é o que quero que aconteça sempre. E tem mais: estive no calçadão à tua procura. Eu ainda vou te achar.
Pergunta claudemiriana: de que forma, você, leitor, interpreta as duas manifestações? Desde já, afirmo: um advogado está sabendo das duas ligações, e dois correligionários deste cidadão também. Uma de cada partido diferente. Ah, a propósito de liberdade de imprensa, ameaças e quetais, sugiro a leitura da seção Circo da Notícia, assinada por Carlos Brickmann, no sítio especializado Observatório da Imprensa. Acompanhe um trecho, a seguir:
LIBERDADE DE EXPRESSÃO – Nossas armas e as armas do poder
O jornalista e apresentador de TV Paulo Henrique Amorim pediu proteção à Polícia Federal: considera-se perseguido pelo banqueiro Daniel Dantas, contra quem move dura campanha, e pelo governador paulista José Serra. A perseguição, diz Amorim, se estende à sua família.
O médico-legista Daniel Ponte não apenas denuncia perseguições a si como pede à OEA, Organização dos Estados Americanos, que proteja outras pessoas que considera em risco: o delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, e o jornalista Ucho Haddad. E isso não ocorre em regiões distantes, em pequenos municípios que vivem sob a lei da selva: tanto Ucho Haddad quanto Paulo Henrique Amorim trabalham em São Paulo, a maior cidade do país.
Nas regiões distantes, a situação é ainda mais grave: quase todos os dias há notícias sobre tiros, atentados, emboscadas a jornalistas. Numa das cidades mais desenvolvidas do Brasil, Campinas, parece claro que o mandante de um atentado a granada contra um grande jornal, o Correio Popular, foi um criminoso condenado e preso – que, dentro da cadeia, mantém seu comando sobre a quadrilha.
Aonde precisaremos chegar para que haja providências oficiais? Parece óbvio, mas quem está na cadeia não pode nem ter comunicação livre com quem está fora, quanto mais transmitir ordens e determinar ações criminosas. Parece óbvio, mas só teremos liberdade de imprensa de verdade se jornalistas como Paulo Henrique Amorim e Ucho Haddad, concorde-se ou não com o que dizem, tenham condições de segurança para exercer a profissão. E não se pode aceitar que autoridades sejam acusadas de promover perseguição contra jornalistas sem que uma investigação imediata busque indícios de sua culpa ou inocência.
Importante: a segurança inclui não apenas o risco de vida, mas toda e qualquer forma de coação. O jornalista tem de ter garantido o direito à liberdade de locomoção, à vida pessoal, à intimidade (não ser seguido, não ser vigiado, não ser filmado, não ser espionado, a não ser por decisão judicial). Jornalismo é, de certa forma, e sempre, uma profissão de risco. Mas é conveniente não exagerar…
SUGESTÃO DE LEITURA – clique aqui para conferir a íntegra da seção Circo da Notícia, assinada por Carlos Brickmann, no sítio especializado Observatório da Imprensa.
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