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TRABALHO. Antiparedistas saíram da internet e foram à assembleia docente: 75% dos votos contra a greve

Foi uma grande maioria de votantes contra a greve: em Santa Maria, 170 contra 44
Foi uma grande maioria de votantes contra a greve: em Santa Maria, 170 contra 44

É um fenômeno ainda a ser interpretado. Há quem diga, e não deixa de ter razão, que se trata de opinião unilateral, sem debate e sem embate com os contrários. Isto é, une os que pensam da mesma forma, sem o confronto das ideias. Pode ser. Quem sabe é. Mas o fato, disso ninguém duvida, foi que a mobilização antiparedista surgida na internet, por iniciativa de dois ou três professores, derrotou com folga a proposta de greve por tempo indeterminado, defendida pela direção sindical.

Porém,s isso só aconteceu porque a opinião contrária à greve foi à assembleia e lá, no voto, assim decidiu. Sim, ainda há muito o que se discutir e avaliar e estudar a respeito. Mas é fato: não fosse esse atividade cibernética, de alguma maneira organizada, e muito provavelmente, iriam à assembleia da tarde passada, no campus de Camobi (e também em Palmeira das Missões), quem era majoritariamente pró-paralisação.

Agora, a informação: cerca de75% dos votos coletados no encontro, um dos maiores dos últimos anos, com mais de 200 docentes participando, definiram-se contra a greve. Que, porém, não foi inteiramente descartada no futuro, como se pode perceber no relato feito pela assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM. A reportagem é de Fritz R. Nunes, com foto de Rafael Balbueno. Acompanhe:

Professor da UFSM rejeita greve neste momento

A assembleia dos professores da UFSM, que ocorreu na tarde desta quarta, 27, em Santa Maria, e também em Palmeira das Missões, abrangendo os que estão lotados no Cesnors, decidiu por não deflagrar greve neste momento. A orientação pela deflagração do movimento grevista para o dia 28 de maio havia sido orientada pela reunião do Setor das Federais do ANDES-SN. Entretanto, no caso da UFSM, a decisão por ampla maioria – 189 votos contra 57- foi de não entrar em greve. Além disso, foi consenso entre os presentes de que é preciso a manutenção da mobilização, com discussões nos centros de ensino e nos campi, com o objetivo de apontar estratégias de pressão ao governo. Após esse processo, a realização de nova assembleia no mês de junho, em data a ser definida, para reavaliar o quadro e, dependendo, a ideia de um movimento paredista pode ser retomada caso o governo se mantenha sem dialogar sobre as pautas reivindicatórias.

Após o fim da plenária, alguns docentes que participavam do encontro ofereceram seus nomes para compor a comissão de mobilização. A diretoria da Sedufsm já marcou a primeira reunião dessa comissão para a próxima sexta, 29 de maio, às 10h, no Auditório Sérgio Pires.

O debate sobre a deflagração ou não de greve foi precedido de uma série de informes, tanto da movimentação do conjunto dos servidores federais, cujo relato foi dado pelo professor Getúlio Lemos, como pelo panorama da situação dos técnico-administrativos, que iniciam greve nesta quinta, 28. Loiva Chansis falou em nome da Assufsm.

O 1º tesoureiro da Sedufsm, Claudio Roberto Losekann, ocupou o espaço para fazer a análise de conjuntura, momento em que apresentou detalhes sobre o impacto dos cortes orçamentários efetuados pelo governo. Losekann citou números para ratificar o tamanho dos prejuízos que a universidade está sofrendo com o ajuste fiscal e apresentou fotos que estão paradas na UFSM em função da falta de liberação de recursos por parte do Governo Federal. O dirigente da Sedufsm também relembrou a importância da carreira dos professores, construída após a greve de 1987, garantindo uma série de direitos e vantagens, e que foi desestruturada nos últimos anos.

A análise de conjuntura foi realizada somente após uma primeira votação que, por 61 a 59, decidiu pela manutenção desse item na pauta. Isso porque alguns professores da plenária queriam suprimir esse ponto, partindo direto para o debate sobre a deflagração de greve, inclusive estabelecendo um teto máximo de uma hora para a discussão…”

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3 Comentários

  1. Uma avaliação equivocada acima. O sindicato convocou a assembleia para a tomada de decisão sobre deflagração de greve ou não. Abriu a assembléia até para quem não é filiado. Uma prova de democracia. Entretanto, a seção sindical teve que levar e defender na plenária o que foi defendido no fórum do Andes pelos delegados de cada seção sindica
    espalhados pelo Brasil.
    A proposta vencedora foi de não fazer greve neste momento e ficar na expectativa de uma posição de resposta do governo até a próxima assembleia que poderá ocorrer dentro de duas a três semanas para uma nova avaliação. Esta foi a proposta vencedora. A derrotada foi de greve imediatamente que começaria legalmente na semana que vem

  2. Eles estão tão acostumados a decidir entrar em greve com assembleias de 40 participantes, que acham que isso é normal.
    Daí, quando a maioria se mobiliza, desmerecem a opinião da maioria ("Há quem diga, e não deixa de ter razão, que se trata de opinião unilateral, sem debate e sem embate com os contrários"). Só a deles vale.
    Em 2012, só se entrou em greve porque os professores contrários sequer foram a Assembleia que decidiu a greve. Seguiram dando aulas, terminaram o semestre, e quando o semestre seguinte não começou, viram a coisa feia.
    Daí, quando se mobilizaram pra acabar a greve, a SEDUFSM usou mil e um subterfúgios, em Assembleias estapafúrdias, pra ir prolongando o movimento e só encerrá-lo quando eles decidissem que assim seria.
    Eu não tenho a menor dúvida que a mobilização desse ano não teria acontecido se não fosse aquela situação ridícula e manipulada do final da greve de 2012.
    Aquilo ensinou aos professores que se opõem à greve uma bela lição de como lidar com os seus maravilhosos líderes sindicais. Espero que não esqueçam.

  3. Não é tudo que se resolve conversando. Esperavam que os contrários não fossem comparecer na assembléia. Pior, alguns debocharam de forma arrogante (comportamento não incomum em alguns militantes da esquerda). Depois choram as pitangas.
    Total zero, se os funcionários entram em greve, para o pessoal de fora fica muito ruim sem RU. Biblioteca não funcionando também é um problema.

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