ECONOMIA. Azul pode suspender rotas no País, mas nega demissões. Vôos de SM não devem ser afetados

Por MARCOS FONSECA

Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira, 1º, a direção da Azul linhas Aéreas nega a demissão de 700 funcionários no país. No entanto, a companhia não descarta que poderá suspender os voos em algumas cidades. Os destinos que poderão ser afetados não foram divulgados. Para entidades empresariais de Santa Maria, a cidade não deverá ser atingida, já que os dois voos diários para Porto Alegre têm boa ocupação e a Azul planeja até mesmo ampliar sua operação no Centro do Estado.

O possível corte de empregados na Azul foi divulgado pela coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo. Segundo a colunista, a companhia estaria estudando o cancelamento de voos em 12 municípios atendidos por linhas regionais. A intenção seria reduzir custos operacionais.

A queda de 30% no volume de passageiros e a alta do dólar seriam os principais motivos para contenção, conforme o jornal. O preço do combustível dos aviões é negociado em dólar, o que provocou aumento de cerca de 35% nos gastos nos últimos meses. Ainda conforme a Folha, o fundador da Azul, David Neeleman, e o presidente da empresa, Antonoaldo Neves, teriam ido terça-feira a Brasília para comunicar o enxugamento dos gastos ao ministro da Aviação Civil, o gaúcho Eliseu Padilha.

Na nota divulgada nesta quarta-feira, a Azul diz que a demissão de 700 não procede. “’Ações como essa não fazem parte da cultura da companhia e nem de seu fundador, David Neeleman, que ao longo de sua trajetória esteve à frente de outras três aéreas e nunca realizou demissões desse tipo”.

Com relação às rotas hoje atendidas no país, a empresa aérea informa que irá aguardar a implementação do Plano de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR). Caso isso não ocorra, a companhia não descarta a saída de alguns mercados. “A Azul acredita que o PDAR é fundamental para o crescimento do setor e do Brasil e espera que seja implementado o quanto antes para continuar a servir mais de 100 cidades no país e ainda poder ampliá-las”, ressalta a nota.

O Plano de Desenvolvimento da Aviação Regional foi anunciado pelo governo federal em julho 2014, para aumentar o número de brasileiros que utilizam o transporte aéreo e facilitar o acesso a rotas turísticas. A meta é investir na melhoria de 270 aeroportos de cidades pequenas e médias, com subsídio federal a fim de reduzir os custos de operação e baixar o valor das passagens. Santa Maria está incluída na lista.

Rota rentável não deve ser afetada, diz presidente da Cacism

O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, não acredita que a cidade possa ser afetada pela suspensão de rotas. Segundo ele, os voos para Porto Alegre têm ocupação média de 80% desde a inauguração da linha, em outubro de 2013. “É rota rentável, tem boa demanda e abastece os voos (da Azul) na Capital”, afirma. Pacheco revela que os contatos com a direção da Azul têm sido sempre positivos, inclusive com a companhia acenando para a possibilidade de ampliar sua presença no município.

Ao mesmo tempo, o terminal de passageiros do aeroporto da Base Aérea vem recebendo investimentos devido à crescente demanda de usuários. Além de carrinhos para o transporte de bagagens, o terminal deve ganhar um sistema de alto-falantes para anunciar os voos. Nas próximas semanas, deve ser instalada uma máquina de Raios-X, comprada pela Base Aérea, para a revista dos passageiros.

De acordo com o site da Azul, os voos entre Porto Alegre e Santa Maria custam a partir de R$ 59,90. Esse é o valor divulgado numa pesquisa feita nesta quarta-feira para embarque em Santa Maria em 20 de abril e retorno no dia 22. Com taxa de embarque, o preço total (ida e volta) chega a R$ 263,79.