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Trote com bebida alcoólica pode dar cadeia

Sai ano e entra ano e, em regra, falta criatividade aos veteranos dos cursos da UFSM. E, pior, as bebedeiras no centro da cidade (no Campus, não – porque há a ameaça da perda da matrícula), o constrangimento aos calouros e à própria população, instada a ouvir palavrões e a dar dinheiro (para quê????) aos garotos e garotas submetidos aos desejos dos veteranos, entre outras atrocidades, tornam-se uma realidade lamentável. E, ao que se sabe, absolutamente ilegal.

Agora, por iniciativa de um pai, muito justamente indignado com o fato de seu filho, do curso de Agronomia, ter sido obrigado a beber e, em função disso, ter sido internado por algumas horas no Pronto Atendimento, resolveu queixar-se à polícia, que procederá inquérito. A pena, para quem obriga menores a ingerir bebida alcoólica pode chegar a quatro anos de prisão.

E mais: existe legislação municipal, de autoria do ex-vereador Marcelo Bisogno, que pode levar os causadores da baderna no centro da cidade a ter que pagar até 10 cestas básicas a instituições de caridade, por um ano.

Geente. Se isso acontecesse – o processo e a eventual condenação e a multa por parte da prefeitura – com certeza se poderia se estancar essa verdadeira estupidez, combinada com a falta de criatividade, que transtorna a cidade, semestre sim, semestre também.

A propósito do caso específico do garoto alcoolizado e da atitude de seu pai, além do que diz a lei, lei a reportagem, assinada por Carolina Carvalho, que o jornal A Razão publica em sua edição deste final de semana:

”Trote da UFSM vira caso de polícia
Calouro menor de idade bebeu demais e acabou no P.A.. Responsáveis deverão responder judicialmente

Junte um monte de estudantes que acabaram de passar no vestibular, com alguns quilos de farinha, batons vermelhos e um pouco de tinta. Para acompanhar, algumas garrafas de cerveja e de cachaça. Pronto. Está preparado o tradicional trote de recepção aos calouros da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ainda praticado por alguns veteranos.

Mas nem sempre a receita dá certo e, não raras vezes, problemas sérios acontecem em decorrência dessa mistura. Na última quinta-feira, um bixo do curso de Agronomia acabou exagerando na bebida e foi parar no hospital. O calouro é menor de idade e o incidente virou caso de polícia.

O trote de Agronomia começou na manhã de quinta com palestras de apresentação do curso para os novos acadêmicos. As atividades se estenderam tranqüilamente até as 16h, quando os veteranos levaram os bixos para o lado de fora do prédio, no Campus da UFSM, pintaram os rostos deles e fizeram algumas brincadeiras já tradicionais do trote. Depois, por volta das 18h, bixos e veteranos foram para a Praça dos Bombeiros, no Centro da cidade, onde passaram a consumir bebidas alcoólicas.

“Tinha uma garrafa PET de refrigerante, outra de cachaça e algumas de cerveja. Eu demorei para começar a beber, porque não estou acostumado. Mas lá por umas 19h eu bebi um pouco de Samba (cachaça misturada com refrigerante) e acabei passando mal”, conta o bixo, que foi levado por alguns colegas para o Pronto-Atendimento da Unimed.

O pai do calouro foi chamado ao hospital por volta das 21h e ficou indignado com o acontecido. “Quero acabar com este trote imbecil. Estes bêbados parando as pessoas na rua para pedir dinheiro para a cachaça é o cúmulo”, dizia ele depois de registar Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Polícia Pronto Atendimento (DPPA). Ele fez questão de salientar que o filho não costuma ingerir bebida alcoólica. “Meu filho não bebe, não foi a criação que eu dei”, assegurou ele, O pai do calouro disse, no BO, que tem certeza que o filho foi induzido a beber.

Mas o bixo garante que bebeu por livre e espontânea vontade. “Ninguém me obrigou a beber. Não forçaram ninguém a fazer nada. Foi um descuido meu, eu não costumo beber. Bebi um pouco e fiquei mal”, explicou ele.

Veteranos poderão responder judicialmente

Independentemente de o calouro ter sido ou não forçado a ingerir a bebida, os responsáveis pelo trote poderão responder judicialmente pelo ocorrido. “Nós já instauramos inquérito policial e a partir de segunda-feira começam os procedimentos legais. Vamos ouvir a vítima e identificar os responsáveis. O artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente é claro e diz que quem fornecer bebida alcoólica para menores de idade pode pegar de dois a quatro anos de reclusão”, explica o titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Oscar Corrêa dos Santos Júnior.

O pró-reitor de Graduação da UFSM, professor Jorge Luiz da Cunha, disse, na tarde desta sexta-feira, que a instituição não tinha sido comunicada…”

…Saiba o que diz a lei:

No dia 14 de junho de 2002, a Lei de disciplina à prática de trotes aos calouros no âmbito público municipal, de autoria do então vereador Marcelo Bisogno, entrou em vigor na tentativa de controlar os exageros das brincadeiras entre veteranos e bixos.

Art. 1º – Fica disciplinada, no Município de Santa Maria, a prática de trotes provenientes dos cursos universitários que tragam prejuízos morais, físicos ou que atentem contra a liberdade das pessoas e ao patrimônio público.

Art. 2º – Quem vier a infringir esta Lei, será penalizado com a multa de 10 (dez) cestas básicas mensais no período de 12 (doze) meses para…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.arazao.com.br, ou na versão impressa, nas bancas nas primeiras horas deste sábado.

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