Uma avaliação. O PT, provavelmente. Mas Lula não tem do que se queixar do resultado do pleito

Como até as pedras soltas na cidade sabem, Luiz Inácio Lula da Silva é beeem maior que o partido do qual é presidente de honra. O PT teve desempenho geral bastante bom, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil (leia nota específica, que publicarei logo em seguida). Ainda assim, não chega aos pés do que obteve Lula, que também foi o cabo eleitoral de uma boa porção de partidos. Afinal, a base aliada tem também outra dezena de agremiações.

Desse ponto de vista, se os petistas podem (e têm motivos para tanto) queixar-se da vida, este muito longe seria o caso do Presidente da República. Quem reflete, e bem, sobre isso, é o jornalista Tales Faria, editor chefe do Jornal do Brasil. Confira o que ele escreve na coluna “Coisas da Política”, do JB. A seguir:

“… a expectativa de alguns dos auxiliares do presidente Lula com o resultado do primeiro turno das eleições. Era espantoso o fato de esperarem eleger até 20 prefeitos de capitais aliados ao governo federal, num universo de 26 em disputa (o Distrito Federal não elege prefeito).

Pois é, vamos ao balanço. Quinze candidatos já se elegeram no primeiro turno, sendo 12 de partidos governistas – seis do PT, três do PMDB, dois do PSB e um do PCdoB. Sobraram 11 capitais em que haverá segundo turno. Destas, em seis concorrem entre si nomes da base governista. Casos como o de Belo Horizonte, onde Márcio Lacerda (PSB) disputa com Leonardo Quintão (PMDB), e Salvador, com João Henrique (PMDB) contra Walter Pinheiro (PT).

Somando os 12 do primeiro turno às seis capitais onde a disputa será entre aliados do governo federal, o presidente Lula já conta com 18 prefeitos de capitais eleitos que pertencem aos partidos da coligação governista. Se, das cinco capitais em que candidatos de oposição chegaram ao segundo turno, os governistas perderem em três e vencerem em duas, já terão chegado às 20 capitais com que sonhavam. Mas se ficarem nos 18, Lula já terá tido um desempenho impressionante nestas eleições.

A oposição elegeu três prefeitos no primeiro turno e disputa no segundo turno em seis capitais. O melhor desempenho, sem dúvida, foi do PSDB. Elegeu dois prefeitos e ainda disputa duas capitais. Pode chegar a quatro eleitos pelo partido. Com isso, os tucanos se firmam como a força hegemônica na oposição ao governo Lula. O partido Democratas, que um dia foi PFL e, antes disso, Arena, ou como diziam, “o maior partido do Ocidente”, sai dessas eleições praticamente aniquilado…”

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra da coluna “Coisas da Política”, de Tales Faria, no Jornal do Brasil. E aqui você lê outras notas e informações reproduzidas no Blog dos Blogs.