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Do Rogério Ferraz.Internauta se revolta com mídia grandona gaúcha e defende campanha do CPERS

Recebi, neste domingo, artigo enviado por Rogério Ferraz. Ele, que é liderança sindical atuando no Sindiáguas, é assíduo neste (nem sempre) humilde sítio. Normalmente é crítico. Como se coloca no texto que publico a seguir, na íntegra. Quem quiser contestá-lo, nem precisaria dizer, mas o espaço obviamente está aberto. Confira:

 

“Mídia Grandona

 

Este termo eu acho o máximo. No Brasil, mídia grandona via de regra quer dizer Rede Globo; aqui no Rio Grande do Sul, salvo pequenas exceções, quer dizer RBS. Mas, por motivos até que óbvios prefere se usar o “mídia grandona”.

 

Pois aqui neste “sertão nordestino” gaúcho, o sonho de qualquer governante é ter o seu mandato apoiado pela mídia grandona. Falo em sertão nordestino, pela fama da política daquela região ser controlada por coronéis que ou fazem o voto no cano da garrucha ou na manipulação da fome. Aqui no sul, só mudam os meios. No dito estado mais politizado do Brasil, o voto é “conquistado” com o monopólio da informação. A raiva que a mídia grandona tem do PT não é à toa. Quando Olívio governou o estado, teve a petulância de mostrar que, por exemplo, a rádio comunitária de Cacequi tem o mesmo direito à verba pública de divulgação que a toda poderosa RBS. O resultado disto não precisa dizer, todos sabem.

 

Alguém já parou para pensar quanto de dinheiro público entra nos cofres da RBS, para ela prestar esta solidariedade ao governo?

 

Se você duvida desta predileção da mídia grandona por quem se dispõe a lhe dar um agrado maior, é só analisar alguns fatos.

 

Compare-se a cobertura da CPI do Detran, com a do jogo do bicho no governo Olívio. A criminalidade está nas alturas, você vê algum movimento da mídia grandona para denunciar isto? O PT disse que não queria o César Buzatto ao seu lado, o quê a mídia grandona fez? Disse que o partido é rançoso. Mas, gente! O Busatto disse e não mandou dizer, para todo estado ouvir como ele e os seus patrocinam suas campanhas, com o dinheiro público das estatais. A mídia grandona quer que achemos isto normal? Yeda criou o falacioso “déficit zero”, não se ouve outra coisa a não ser elogios. Experimente ficar um ano só recebendo o seu salário e não pagar um centavo a ninguém, nem luz, telefone, aluguel, não comprar alimento nem roupa; pronto, você terá o seu déficit zero.

 

A atuação da mídia grandona na Campanha do CPERS e de outros nove sindicatos chega a ser fantástica. O foco é fazer o povo gaúcho pensar que é coisa pessoal contra a governadora e ofende sua honra. Menos mal que ainda não invocaram discriminação de gênero por ela ser mulher e nem xenofobia por ela ser paulista, mas vindo da RBS pode se esperar tudo.

 

Não há uma palavra nesta campanha dos sindicatos que não tenha sido proferida pelos próprios aliados da governadora que a conhecem muito bem.

 

A campanha fala que a representante do governo é a cara da destruição do estado. Se fala em corrupção, autoritarismo e mentira.

 

Ora, vejamos:

 

Corrupção – foi a própria (agora ex) secretária da transparência quando falou à ZH que disse: “Não há interesse verdadeiro do governo (Yeda) em combater as irregularidades”. Aqui Mercedes Rodrigues referia-se a um relatório do Tribunal de Contas do Estado sobre uma pequena parte das roubalheiras dentro da Corsan. O fato de Yeda não querer averiguar a situação levou Mercedes a pedir demissão.

 

Mentira – o vice Feijó é pródigo em citar exemplos, peguemos apenas um. Disse Feijó: “Ela (Yeda) categoricamente disse várias vezes: no meu governo não haverá aumento de imposto. No meu governo não haverá manutenção disso”.

 

Autoritarismo – podemos ainda citar o vice, que falou: “É centralizadora e totalmente autoritária, não dá responsabilidade a absolutamente ninguém, Ela nos abandonou, nos traiu”.

 

Isto para ficar com apenas alguns exemplos. Então qual o motivo da mídia grandona querer que o povo gaúcho fique contra a campanha? Ora, o motivo é simples: Financeiramente é melhor a RBS apoiar o governo ou os movimentos sociais? Não caberia à mídia, pelo menos indagar aos sindicatos sobre a veracidade do que está sendo denunciado e, em havendo fundamento, ajudar a esclarecer os fatos?

 

Diz a mídia grandona que não poderia ter o rosto de Yeda na campanha. Mas como? Quem é a chefe do governo? Não é ela a figura central? A não ser que a RBS esteja querendo que em uma campanha contra o desmonte do estado patrocinado pelo PSDB e seus aliados, os sindicatos colocassem fotos do Olívio, do Tarso ou quem sabe ainda da ministra Dilma. Concordo que não devesse ser apenas a foto de Yeda, faltam nesta campanha rostos de figuras conhecidas e que, de uma maneira ou de outra, dão sustentação a esta situação, tais como Rigotto, Fogaça, Eliseu Padilha, Marco Alba, Alceu Moreira; enfim, daria um bloco inteiro mascarado para o carnaval que se aproxima.

 

O que não pode, em um estado que se julga o suprassumo da politização, é prevalecer o pensamento de um grupo empresarial que não está nem aí para a situação do estado, que pensa unicamente em como se locupletar com o dinheiro público.

 

(a) Rogério Ferraz

 

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