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DE SOL A SOL (5). Vem da economia solidária e das cooperativas a ajuda que faz os pequenos crescerem

Com sucesso, Arno Fleck limitou venda para no máximo 5 potes de mel por pessoa
Com sucesso, Arno Fleck limitou venda para no máximo 5 potes de mel por pessoa

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e fotos)

Enquanto a informalidade ainda emperra o crescimento dos pequenos produtores rurais, a união em cooperativas tem ajudado a aumentar a renda. Um exemplo é a Coopivorá, do município de Ivorá, que destaca-se na produção de feijão.

A cooperativa ivorense foi fundada em 2007, mas apenas dois anos depois começou a entrar em operação. Hoje, possui 62 associados, todos pequenos agricultores do município.

– Recebemos só aquilo que já possui venda destinada. Nosso produto vai para a Coopercedro (Cooperativa de Produção de Desenvolvimento Rural dos Agricultores Familiares de Santa Maria). Abastecemos toda a merenda escolar de Santa Maria e também a UFSM – exalta o gerente da Coopivorá, Charleston Lourenço.

Lourenço: objetivo para 2015 é seguir produzindo para abastecer toda merenda escolar de Santa Maria e também a UFSM
Charleston Lourenço: objetivo para 2015 é seguir produzindo para abastecer toda a merenda escolar de Santa Maria e também a UFSM

Em 2015, a Coopivorá deve embalar 120 mil quilos de feijão. Toda a produção deve ter Santa Maria como destino. O município também é referência para os agricultores que participam dos grupos de Economia Solidária, organizados pelo Projeto Esperança / Cooesperança, ligado à Arquidiocese de Santa Maria.

O Feirão Colonial ocorre há 22 anos no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter e reúne os pequenos produtores que vendem seus produtos diretamente aos consumidores, sem intermediários. Há inclusive agricultores que tiram todo o seu sustento apenas na feira semanal. É o caso do casal Valter Freitas e Bernadete Bordin Freitas. Eles moram no distrito de Pains, em Santa Maria.

– Participamos do Feirão Colonial desde sua inauguração, quando existia apenas um pavilhão. Vendemos hortifrutigranjeiros e tudo mais que a estação permitir. Não precisamos comercializar em outros locais porque aqui sempre tem um bom movimento – explica Bernadete.

A mesma situação vive o apicultor Arno Celso Fleck, que comercializa produtos derivados de mel há dez anos no Feirão.

Casal de Pains, Valter e Bernadete Freitas tira o sustento só com vendas no Feirão Colonial
Casal de Pains, Valter e Bernadete Freitas tira o sustento só com vendas no Feirão Colonial

– Como a procura sempre é grande aqui na Feira e a chuva prejudicou um pouco nossa produção, limitamos à venda para no máximo cinco potes de mel por pessoa – relata Fleck.

Mesmo com a apreensão da semana passada, a coordenadora do Projeto Esperança / Cooesperança, irmã Lourdes Dill, argumenta que o Feirão Colonial seguirá forte. Além disso, ela defende a implantação do Susaf para que os produtores legalizados possam vender na Feira.

– A batalha será muito grande em 2015. Os movimentos sociais, agricultores e grupos de Economia Solidária precisam estar unidos para pressionar os governos a implantar o SIM, Susaf e Suasa – projeta.

Em março, uma audiência pública da Assembleia Legislativa, organizada junto com o deputado estadual Valdeci Oliveira, será realizada no Centro de Referência em Economia Solidária. O objetivo é tratar sobre a legislação das agroindústrias familiares.

– Os governos precisam se organizar. Nós da sociedade civil esperamos que a fiscalização seja de forma educativa e pedagógica. Ações arbitrárias não vão fazer a mudança, além de não contribuírem para saúde pública e nem para a educação do povo – alega irmã Lourdes.

O Feirão Colonial ocorre em todas as manhãs de sábado, no Centro de Referência em Economia Solidária (e também em vésperas de datas especiais, como Natal e Ano Novo). O local reúne típicos pequenos agricultores, formais e informais, que tem na lida do campo o sustento para suas famílias. Se depender deles, o futuro da agricultura familiar gaúcha será de muita luta para continuar comercializando seus produtos.

LEIA TAMBÉM:

“A Agricultura Familiar. Qual o futuro dos pequenos produtores gaúchos, é pergunta crucial” (AQUI)

 “De um lado, a nítida má vontade dos gestores. De outro, a culpa é da burocracia” (AQUI)

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“A Agricultura Familiar e o que pensam sobre ela o secretário o que sai e o que entra” (AQUI)

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