OBSERVATÓRIO. Noves fora o orçamento, que será apreciado no final do ano, o que sobrará na Câmara?

A história se repete, a cada ano eleitoral. Quando o pleito é municipal, talvez até seja pior, pode-se conceder. Afinal, o que está em jogo é o próprio mandato dos vereadores. Mas não muda muito nas eleições gerais, dados os compromissos dos edis com os seus candidatos, que exigem (inclusive porque retribuem, depois) dedicação tão integral quanto possível à campanha.

Um elemento adicional se agrega este ano, particularmente: mais de um terço dos parlamentares está em busca de uma vaga na Assembleia Legislativa gaúcha. Quer dizer: o que menos interessa é o exercício do mandato para o qual foram eleitos todos eles, ainda que possam dizer o contrário e até embrabecerem com o colunista.

Assim, o que se tem, nesse segundo semestre, é uma Câmara de Vereadores de Santa Maria amorfa, politicamente inerte, em que o tempo vai passar e nada, objetivamente, será decidido. Até mesmo uma falada, mais do que de fato proposta, mudança no Plano Diretor é improvável que tramite antes de 5 de outubro. Resumindo: dois meses sem movimento no plenário ou na tribuna – ressalvando-se as exceções (e olhe lá) para confirmar a regra.

Agora, se houver segundo turno, especialmente no pleito estadual (mas também no plano federal), meu amigo, aí é que a coisa vai parar meeeesmo, pode apostar. Assim, o que vai restar do glorioso ano parlamentar de 2014?

Sim, um único tema. Que chegará ao Legislativo em meados de outubro e, como sempre, será resolvido apenas lá pelo meio de dezembro. No caso, a proposta de orçamento da comuna para 2015. Por sinal, desbastada das verbas do PAC e com inevitáveis discussões sobre o interesse do vereador e o do executor. Com a vitória deste, como sempre, pois não há orçamento impositivo.

Solução? Se alguém conhecer alguma, o colunista aceita e-mail, uatizapi, mensagem sms ou até sinal de fumaça.