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Cadê a novidade?. O efeito-manada e a “cegueira coletiva” dos jornalistas e da mídia em geral

Não sei o que é pior, do ponto de vista do consumidor de informações. Se o efeito-manada, que ocorre quando alguém publica algo supostamente verdadeiro e novo e que leva todo mundo atrás, o que é pra lá de comum na mídia brasileira. Ou a chamada “cegueira coletiva”: de repente todo mundo “vê” o que estava ali, na frente do nariz dos profissionais há um tempão.

 

Os casos específicos são as maracutaias no Senado e o estilo de vida do ex-diretor geral. Todos os jornalistas (ou boa parte dos que conta, pelo menos) não só sabiam como já haviam, em alguns casos, noticiados. De repente, virou manchete diária. Quem escreve, e bem, sobre o assunto é o jornalista Carlos Brickmann, hoje consultor de empresas mas muito experiente em redações, na seção “Circo da Notícia”, que ele assina semanalmente no sítio especializado Observatório da Imprensa. A seguir:

 

“…Notícia com botox…

Outra consequência interessante do efeito-manada é o rejuvenescimento de notícias velhas, que de repente viram coisas escandalosíssimas e que, tantos anos depois, precisam ser denunciadas com o máximo possível de repercussão. O castelo do Edmar Moreira, por exemplo, tinha saído na Veja há uns dez anos, com foto e tudo. Voltou com botox e silicone e rendeu manchete atrás de manchete.

Os atos secretos saíram na Veja em 14 de maio de 1986 – faz 23 anos. A reportagem se referia a um dos inúmeros trens da alegria (efetivação de funcionários nomeados sem concurso) que assolaram o Senado ao longo dos anos. Os personagens eram os de sempre: parentes de senadores e Roseana Sarney (que, na época do trem da alegria, era filha do candidato a vice-presidente na chapa de Tancredo Neves). As nomeações não foram publicadas – o mesmo caso de agora. Agora, por algum motivo, houve a repercussão que injustamente não houve na época.

E o caso Espinoza? José Carlos Espinoza, ligadíssimo a Lula desde os tempos de organização do PT, foi discretamente afastado do centro do poder desde o caso dos aloprados, que envolveu a tentativa de compra de um dossiê contra o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra. Espinoza foi para a Petrobras, conforme noticiou a coluna de Cláudio Humberto em 2007. Agora o caso reaparece como escândalo – e, aliás, não é um escândalo. Espinoza está longe de ser o primeiro ou o único caso de nomeação sem concurso. Isso, lamentavelmente, também não é uma exclusividade do atual governo.

…e lentes de contato

E há os casos de cegueira coletiva. Um exemplo é a casa de Agaciel Maia, diretor-geral do Senado. Uma belíssima mansão, coisa fina. Os jornalistas passaram anos por aquelas bandas, e aquele palacete não poderia passar despercebido. Certamente foram recebidos por Agaciel para conversas e entrevistas, mas a casa só recentemente entrou na pauta. Antes disso, ninguém a via…”

 

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SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também artigos e análises produzidos e publicados pelo sítio especializado Observatório da Imprensa.

 

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