“Não foi um erro o que aconteceu em Santa Maria e, sim, um crime” – por Carlos Costabeber

Essa foi a conclusão a que chegou o “rei da noite paulista”, empresário José Victor Oliva, a respeito da tragédia que aconteceu na Boate Kiss.

Por isso resolvi transcrever o que ele disse à jornalista Sônia Racy, da Agência Estado, que foi amplamente divulgado pela internet e publicado no jornal O Sul do último dia 7.

Como empresário que já teve casas noturnas para mais de 20.000 pessoas, que atualmente promove eventos gigantescos para mais de um milhão de participantes, e que jamais registrou qualquer acidente envolvendo segurança, é a pessoa mais indicada para avaliar a tragédia do dia 27.

Horrorizado com o que aconteceu aqui em Santa Maria, Zé Victor (como é chamado) tem certeza de que, pela cabeça dos donos da “Kiss”, não passou o que defende ser o mantra dos donos de estabelecimentos desse tipo: “SEGURANÇA, SEGURANÇA, SEGURANÇA”.

Vejam o que ele declara (o grife é meu !)

“Tem de fazer saída de incêndio? Então faz o dobro“. Tem de colocar extintor de incêndio? Põe o dobro” Tem que ter bombeiro (particular)? Contrata o dobro“. Não é questão de gastar mais, mas de dormir sossegado. Quem é da noite não pode ter problema com segurança“.

E mais:

“A primeira, a maior de todas as imprudências, a coisa mais ridícula, é soltar fogos dentro de uma casa noturna. Isso é absolutamente proibido. Coisa de quem não tem noção”.

“Obviamente que não havia nenhum tipo de fiscalização. Quer dizer, eles agiram de forma absolutamente inconsequente”.

“Você tem de ter extintores. Tem de ter EQUIPE TREINADA. Em um lugar com ajuntamento de pessoas, é preciso manter um bombeiro civil – identificado, qualificado para tomar as medidas de segurança, para pegar o microfone e orientar os frequentadores em qq. eventualidade”.

“Gerentes, garçons, todo mundo precisa estar treinado à exaustão para saber o que fazer naquela hora. E é necessário também explicar às pessoas sobre os procedimentos – ao estilo do que acontece nos aviões”.

“Tinha gente de 16 anos na boate! Não consigo entender como uma casa noturna que servia bebida alcoólica tinha gente abaixo de 18 anos. E NINGUÉM QUESTIONOU!

“Falei com o Ricardo Amaral (conhecido como o “rei da noite carioca”). A gente estava lamentando, pq. esse é o grande pesadelo do dono de casa noturna. A gente tem uma espécie de mantra, que é SEGURANÇA, SEGURANÇA, SEGURANÇA; só depois vem comida, bebida, atendimento, diversão.
Esse tipo de acontecimento acaba com uma carreira, acaba com a vida de um produtor de eventos”.

“NÃO PODE TER SUPERLOTAÇÃO. Ponto! Acabou!

E por fim, a frase que sintetiza todo o pensamento do José Victor Oliva: “NÃO HOUVE ERRO NO QUE ACONTECEU NA BOATE EM SANTA MARIA E, SIM, CRIME”.