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Lideranças – por Gilson Piber

Apesar da boa vontade e da qualificação, alguns gestores jovens pecam pela arrogância e prepotência. Pregam o trabalho coletivo, mas tomam decisões individuais, algumas até autoritárias. Falta-lhes, na maioria das vezes, o bom senso e o equilíbrio. Apesar de terem dois ouvidos, adotam a surdez como atitude.  Poucos são seletivos, ouvem e aceitam, efetivamente, propostas apresentadas por seus colaboradores. Na realidade, muitos ainda tratam seus colegas como meros subordinados. Em alguns casos, a máxima vigora: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Adoram derrubar paredes, trocar a pintura, modificar ambientes, enfim, maquiar uma realidade posta e com história nas instituições onde atuam e nos setores que passam a dirigir. A falha mais grave dos gestores jovens, porém, é tentar romper com o passado, ignorar o que foi feito por aqueles que chegaram antes, muito antes, colocar defeito em tudo, na estrutura e, principalmente, no trabalho das e nas pessoas. Determinadas lideranças novas até menosprezam a inteligência das pessoas. Agem como pescadores de ideias e fazem pose de bons moços. Consideram que as suas criações são perfeitas. Eles fazem tudo certo, os outros, tudo errado.

Absurdamente, acreditam que o mundo naquele setor começou no momento em que tomaram posse de seus cargos. Trata-se de um grande equívoco. Numa época em que o estudo das relações humanas avança e ganha protagonismo para o êxito das instituições, as ações precisam superar as palavras. A professora-doutora Janine Kieling Monteiro, da Unisinos, destaca que as relações humanas ocorrem em decorrência do processo de interação. Ela destaca que, em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, há atividades a serem executadas, bem como interações e sentimentos recomendados: comunicação, cooperação, respeito e amizade. Competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente com outras pessoas, de forma adequada às necessidades de cada uma e à exigência da situação (Moscovici, 1997). Para Janine, isso envolve desenvolver autopercepção e autoconhecimento, flexibilidade perceptiva e comportamental, e feedback.

Para superar as dificuldades de feedback entre as partes envolvidas, a professora Janine recomenda: estabelecer uma relação de confiança, reconhecer que o feedback é um processo de exame conjunto, e aprender a ouvir e a dar feedback sem reações ou conotações emocionais intensas.

Acredito que uma liderança, principalmente jovem, conquista seus colaboradores pela honestidade, trabalho, humildade, determinação e respeito, nunca pela mera imposição do cargo. O tempo ensina e traz experiência. Ou não.

Gilson Piber – [email protected]

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2 Comentários

  1. Gilson, excelente texto. Parabéns. Tenho falado sempre nessa questão. É do meu entendimento que pessoas como essas, que você identifica como gestores jovens, vão na contramão da história. De tudo que temos lido e estudado, não só na minha área de Relações Públicas, mas principalmente de relações humanas, o respeito mútuo é que alavanca o trabalho cooperativo. Acredito, defendo e procuro vivenciar isso com os colegas e colaboradores com quem convivo. E tenho a certeza do que você diz: respeito se conquista, não se impõe. A era do medo já passou. Abraços, Fabi.

  2. Gilson, concordo “Acredito que uma liderança, principalmente jovem, conquista seus colaboradores pela honestidade, trabalho, humildade, determinação e respeito, nunca pela mera imposição do cargo.” Parabéns pelo texto, uma bela puxada de orelha a muitos.
    Respeito se conquista, não se impõe. Grande Abraço

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