Beeeem feito! Candidato a edil, antes de tudo, pede voto para ele. E depois? Para ele também

Nessa semana, uma das coligações grandonas para a Prefeitura reuniu o seu batalhão de candidatos a vereador, abrigados em duas alianças distintas. O mesmo já aconteceu com o outro condomínio grandalhão que disputa a eleição majoritária, e que tem também uma dupla de coligações parlamentares.

Objetivo, tanto duma quanto doutra: enquadrar os pretendentes a uma das 14 vagas para a Câmara de Vereadores. Descobriu-se a África: os concorrentes ao parlamento, praticamente todos eles (as exceções apenas confirmam a regra) não estariam assim, digamos, muito a fim de se esforçar pelos candidatos a prefeito.

É isso mesmo. E não é de hoje, mas em todos os pleitos. Os candidatos a vereador fazem, antes de qualquer coisa, a própria campanha. Se possível, inclusive, com recursos bancados pelos partidos. Em segundo lugar, pedem voto para si mesmo. Em terceiro, quarto e quinto, talvez sexto, da mesma forma reivindicam apoio para o próprio nome (e número). E só lá em sétimo ou oitavo lugar lembram de citar a candidatura a prefeito.

É verdade que reuniões do tipo da acontecida, por exemplo, na segunda-feira, ajudam a relembrar que todos estão no mesmo barco. Funciona. Por uma semana ou duas, se tanto. Daí, outro encontro precisa ser agendado. E assim vai, até que as urnas falem.

É nessas horas que a gente fica tentado a dizer: beeeeem feito. Não gostam do voto em lista fechada? Então agüentem. Isso vale, atente, para toooodos. Porque pelo menos esse (nem sempre) humilde repórter até agora não encontrou ninguém que defenda, a sério, o fim da eleição proporcional como a que conhecemos hoje. Então, fazer o que, além de reuniões periódicas? Nada, exceto contabilizar perdas. E torcer para que os efetivamente partidários tenham mais sorte em 5 de outubro.