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Dia de votar – por Máucio

Não lembro direito do dia em que votei pela primeira vez, mas certamente deveria estar ansioso.  Fico apreensivo até agora, imagina com 18 aninhos.  Muitas eleições se passaram e a sensação de compromisso e desejo continua a mesma.

Quis o destino que o local onde eu voto hoje fosse a escola Cícero Barreto, onde cursei o ensino fundamental. Foi ali que, em um período político conturbado no país, comecei a receber as primeiras noções de cidadania. Em um colégio público a criança tem uma amostra grátis da nação.

Minha primeira experiência de eleição ao vivo, no entanto, ocorreu no ensino médio, quando ganhei uma disputa por apenas um voto para líder de turma. Fui um candidato que surgiu das bases, para fazer frente ao oficial, chapa branca, lançado pelas professoras. Caso o resultado desse empate, o postulante da situação empossaria, por ser quase um ano mais velho que eu. Hehe!

A partir da adolescência, tive o prazer de lutar e acompanhar a redemocratização, passando pela Volta do irmão do Henfil, pelas Diretas já e pelos Caras pintadas. Hoje os pleitos passaram a fazer parte do calendário e a gente, às vezes, nem se dá conta que construiu o hábito eleitoral. A importância, no entanto, continua a mesma.

Queiramos ou não, em dia de eleições todos possuem seu ritual. Uns votam de manhã bem cedinho porque querem se sentir logo livres, com o compromisso cumprido.  Outros deixam para o período da tarde, porque odeiam enfrentar filas.  Um vizinho disse que vai sempre nos quinze minutos finais e jura que é por isso que seus candidatos sempre ganham. 

Muita gente, principalmente os idosos, estabelece circunstâncias para a ocasião. Meu avô tratava esse dia com muita cerimônia. Colocava sua melhor roupa e o ato de votar era uma solenidade cívica sagrada. Eu, quando criança, ficava olhando sem conseguir dimensionar direito.

Creio que a minha geração cresceu e está acompanhando uma importante fase da maturação da democracia brasileira. Mesmo que alguns Tiriricas apareçam e se elejam por aí. Mas cá entre nós, isso não tem nada de novo.  O Cacareco se fosse candidato hoje – e tivesse mídia – poderia até empatar com o palhaço. E, neste caso seria ele o empossado, pois é muito, muito mais antigo.

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