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Arte? – por Luciana Manica

Ainda em julho deste ano escrevi um artigo intitulado “Liberdade ou libertinagem?”, publicado neste site. Parece que o tema continua em polvorosa, agora se questiona o mérito da arte versus censura com a exposição “Queermuseu” ocorrida, e já cancelada, no Santander Cultural em Porto Alegre.

Definitivamente não estamos preparados para a “arte moderna ou contemporânea”. Sequer as leis seriam capazes de definir com exatidão a própria arte. Antes de qualquer julgamento, vale tentar desvendar o que é uma obra artística.

Obra é um tipo de trabalho intelectual expresso por qualquer meio ou fixado em qualquer suporte, tangível ou intangível, e que tem como requisito a originalidade. Traduzindo, toda e qualquer porcaria que não seja copiada é arte. Até eu posso ser artista, você inclusive!

Calma, sequer entrei no mérito da malfadada exposição e não pretendo tecer um mísero julgamento, até porque, nos dias de hoje, qualquer um é artista. A lei não mudou, mas refiro-me às estranhezas advindas dessa nova arte.

Não precisa ser especificamente as obras expostas no “Queermuseu”, até mesmo a exposição “Human Bodies – Maravilhas do Corpo Humano” que apresentou corpos e órgãos reais à mostra de um certo modo chocaram. Mais, quem vai à Inhotim, sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil, volta encantado com a natureza, e não com as obras que lá são exibidas!

Sei que os mais admiráveis artistas quebraram paradigmas, foram disruptivos ou até mesmo queimados na fogueira. Logo, os artistas da atualidade devem saber que carregam o peso do “novo” e devem estar preparados porque querem “causar”, e conseguem, talvez não com as qualificações que desejariam receber.

Nem tudo o que fazemos é aplaudido, expor a sua alma, como um verdadeiro artista, é estar preparado para reações adversas. Obra não é sempre bela, pode ser ridícula e continuará sendo obra pela literalidade da lei. Aos expositores, desejo paciência pelo fardo que carregam ao inovar, querem direito à liberdade de expressão, mas alerto que tal direito tem limite.

Advirto que ofensas podem ocorrer por detrás de roupagem de arte, ela não precisa ser desenhada, pode ser escrita, falada, cantada ou dançada, mas carregará a possibilidade de violar direitos alheios. Ao verdadeiro autor, desejo sucesso sempre, e não censura, mas as penas da lei, quando sua criatividade passar dos limites.

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