Opinião. Por que Schirmer convidou Buzatto para o secretariado. E as possíveis consequências

Na coluna Aparte, publicada pela edição de final de semana do Diário de Santa Maria, a colega Jaqueline Silveira dá conta do convite feito pelo prefeito santa-mariense Cezar Schirmer, do PMDB, ao seu xará, o ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Cézar Busatto, do PPS.

 

É óbvio que o convite é pessoal (ainda que aplaudido pelos ex-comunistas locais, que conquistariam um espaço hoje inimaginável na administração municipal). Tanto de quem fez, quanto para quem o recebeu. Nada tem a ver com partido, o chamamento.

 

Busatto, de reconhecida capacidade política e com suficiente experiência, é um nome que dispensa comentários. E que, imagino, pode perfeitamente contribuir para com Santa Maria e o governo de Schirmer. Inclusive com a devida competência para exercer o cargo a ele destinado – a secretaria de Desenvolvimento Econômico, que muitos, inclusive peemedebistas, gostariam de ver entregue a um empresário que concorreu a vereador, pelo partido do prefeito.

 

Mas, e desculpa a quem pensa diferente, o convite foi – afora a idéia de qualificar o secretariado – para um símbolo, inclusive como desagravo pelo fato de o PT estadual ter ficado contra a escolha do ex-integrante dos governos de Antonio Britto e Yeda Crusius, pelo prefeito recém-empossado de Canoas, Jairo Jorge.

 

O (nem sempre) humilde repórter tem sérias dúvidas acerca da aceitação da proposta de trabalho. Pelo que entendi, são escassas (embora possíveis) as chances da vinda de Busatto para Santa Maria. O mais provável, como ele próprio declarou, será um auxílio político, uma contribuição, independente da presença física e política na cidade.

 

Porém,  e essa é a opinião claudemiriana, trata-se de mais uma iniciativa pessoal de Cezar Schirmer. Para a qual não consultou quaisquer dos partidos que compõem o governo, nem mesmo o PMDB. Como, aliás, já teria acontecido ao escolher todos os outros nomes do primeiro escalão. Essa forma de administrar a aliança política que o elegeu embute riscos. Que, certamente, Schirmer conhece e mede. Afinal, não se está falando aqui de um neófito, mas de um homem com mais que suficiente experiência política.

 

 

OBSERVAÇÃO: a foto que ilustra esta nota foi tirada em 6 de junho do ano passado. Exatamente o dia em que estourou no Rio Grande do Sul a história da gravação da conversa entre Busatto e o vice-governador Paulo Feijó, com declarações pra lá de polêmicas e que acabaram por derrubar o então Chefe da Casa Civil da governadora Yeda Crusius. O autor da foto é Mauro Mattos, então na assessoria de imprensa do Palácio Piratini.