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Mídia. A degradação da ‘Veja’, uma revista que já foi admirada por todos e hoje é uma coooisa

Sou leitor da Veja desde meados dos anos 70. Desde antes da redemocratização. Sempre foi referência. Não para mim, apenas, mas para uma geração de brasileiros, muito especialmente os jornalistas e os chamados “formadores de opinião”. Era uma revista e tanto. Brava. Muito brava. Com equipe talentosa, reportagens exclusivas, desempenhando papel fundamental na história recente do País.

 

Hoje ela faz (literalmente) qualquer coisa, menos jornalismo. Panfleto? Pior. Defende interesses inconfessáveis de grupos econômicos e políticos, impedindo o livre debate, e até subvertendo qualquer idéia do que seja análise honesta. É o que penso.

 

Bem-humorado que pretendo ser, ainda brinco (triste, mas brinco) com isso. Certa feita, faz dois ou três meses, encontrei o professor e escritor Orlando Fonseca e ele me via lendo a revista. Fonseca é um desistente, e estranhou. Aí, eu disse: “gosto de sofrer”.

 

Ou, como me perguntou, certa feita, há algum tempo, o colega Fritz Nunes. Passava-me uma informação sobre a Sedufsm, que ele assessora, mas perguntava se não estaria incomodando, ao telefonar perto da meia noite de um domingo. Disse que não, pois estava lendo a Veja. Ué, perguntou ele? Ao que respondi: quando quero me irritar, folheio a revista. Me irrito semanalmente, aliás.

 

Pensam que redijo isso com prazer? Muito pelo contrário. Quero de volta aquela revista que aprendi a admirar. E que não publicava “fatos” absolutamente inverossímeis e que não se sustentam à mínima análise objetiva, que dirá crítica. Mas ela ainda influencia. Lamentavelmente.

 

Gostaria de escrever sobre as causas e os porquês dessa mutação horrorosa. Me faltam elementos, reconheço. E talento, igualmente. E talvez credibilidade. Afinal, quem sou eu para desancar a revista de mais de um milhão de exemplares?

 

Mas, enfim, surgiu alguém. E queeeee alguém. Luis Nassif. Insuspeito. Insuspeitíssimo. Dono da Agência de Notícias Dinheiro Vivo, ex-repórter e colunista de grandes jornais e emissoras de TV, reconhecido em todas as áreas, inclusive a empresarial, por exemplo.

 

Ele resolveu fazer o inventário desse retrocesso (e estou sendo otimista). Contando como e por que tudo isso aconteceu. Afinal, o que deu na Veja para se transformar nessa coisa de hoje? Nesse arremedo. Com vocês, Luis Nassif.

 

“O fenômeno Veja

Recentemente, estimulei uma competição com um blogueiro da revista – contratado especificamente para atacar os adversários de Veja . Havia duas razões relevantes para tanto.

Primeiro, para demonstrar que, com a Internet, cessou o predomínio das grandes publicações. É possível, mesmo sem ter um grande órgão da imprensa tradicional por trás, mobilizar pessoas para esse trabalho cooperativo, de disseminar informações. É o verdadeiro trabalho em rede, no qual – graças à Internet – cada pessoa dá sua colaboração, pegando as informações e levando para seus círculos de conhecidos.

Segundo, para que essa rede, formada nesse período, ajude a dar visibilidade a essas reportagens que passo a publicar.

Não será um desafio fácil. Estaremos enfrentando o esquema mais barra-pesada que apareceu na imprensa brasileira nas últimas décadas. E montado em cima de um tanque de guerra: uma publicação com mais de um milhão de exemplares.

Tenho convicção de que a força do jornalismo e do trabalho em rede permitirão decifrar o enigma Veja. Para tanto, conto com a mobilização de todos vocês. Não se trata mais de um mero exercício esportivo de aquecer uma eleição de Blog. Trata-se, agora, de uma questão nacional que, tenho certeza, ajudará a reabilitar o exercício do jornalismo, mesmo na grande imprensa.

O macartismo e o jornalismo de negócios

O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico…”

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra do texto “O fenômeno Veja”, que dá início a uma série pra lá de educativa.

Se quiser ler diretamente um dos artigos específicos, no caso “A mudança de comando – a entrada de Eurípedes Alcântara e Mário Sabino”, clique aqui.

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