Cartões. Quando até a maior oposição quer enterrar a CPI, por que o governo faria diferente?

De uma olhadinha (e lá no final confira o meu comentário) na nota publicada pelo jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo. O assunto é o final melancólico, para dizer o mínimo, da chamada CPI dos Cartões. Acompanhe:

 

 

“CPI dos Cartões chega ao velório sem indiciamentos

 

Para alguns, ela já veio ao mundo natimorta. Para outros, morreu na semana passada. Para todos, a CPI dos Cartões encontra-se a caminho da cova.

 

Será sepultada na próxima semana. Nesta quarta-feira (28), começou o velório. Coube aos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Índio da Costa (DEM-RJ) encomendar a missa de corpo presente.

 

Sub-relatores da comissão, Carlos e Índio apresentaram as suas conclusões. Embora oposicionistas, não sugeriram um mísero indiciamento.

 

Nada de Dilma Rousseff nos textos dos deputados. Nada de Erenice Guerra. Nada de Maria de la Soledad Castrillo.

 

Nem mesmo José Aparecido, o “espião com crachá”, mereceu dos oposicionistas um pedido formal de indiciamento. O petismo soltou fogos.

 

“Os sub-relatores reafirmaram a minha convicção de que o dossiê serviu para a disputa política”, disse Luiz Sérgio (PT-RJ), o relator-geral da CPI.

 

O relatório de Luiz Sérgio só será divulgado na semana que vem. Desde logo, ele deixa claro que tampouco vai tratar da encrenca do…”

 

COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: quais os maiores partidos de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Sim, são o DEM e o PSDB? Quais as agremiações que mais alaúza fizeram em torno de um suposto dossiê contra o presidente Fernando Henrique Cardoso, ao ponto de, através de um senador, vazarem dados para a “revista” Veja? Exatamente eles: demistas e tucanos.

 

Dito isto, como acreditar que não seja pura vendeta política a tal CPI dos Cartões, se os representantes do DEM e do PSDB simplesmente rejeita a hipótese de existência de crime ao não propor o indiciamento de quem quer que seja?

 

Cá entre nós, diante disso, o que esperar do representante governista, e relator da Comissão? Qualquer coisa, menos se auto-incriminar. Isso, claro, se houvesse crime. Que, como demonstraram DEM e PSDB, não aconteceu.

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo “CPI dos Cartões chega ao velório sem indiciamentos”, de Josias de Souza. E aqui para ler outras notas do jornalista da Folha de São Paulo.